Angola: Integrantes da FPU dizem que plataforma não morreu, analistas políticos questionam

Adalberto Costa Junior (C), presidente da UNITA, Abel Chivukuvuku (à sua direita) Filomeno Vieira Lopes, líder do Bloco Democrático (à sua direita)

Nos círculos políticos em Angola pergunta-se por onde anda a Frente Patriótica Unida (FPU), a plataforma formada pela UNITA, Bloco Democrático e o projecto político Pra-JÁ - Servir Angola, que se apresentou como tal nas eleições de Agosto.

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Dirigentes da Frente Patriótica Unida negam que coligação esteja a morrer - 2:18

Nesses mesmos círculos, paira a ideia que, dois meses depois do pleito eleitoral, a plataforma política desapareceu.

Enquanto os partidos que integram a plataforma rejeitam esta leitura, analistas da VOA consideram que a FPU sempre foi uma utopia.

Os líderes da plataforma, Adalberto Costa Junior, o coordenador, Abel Chivukuvuku, coordenador-adjunto e Filomeno Vieira Lopes não têm aparecido em público e algumas correntes de opinião indicam que a FPU eclipsou-se, ao não atingir o objectivo traçado, que era o de desalojar o MPLA do poder em Angola desde 1975.

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Filomeno Vieira Lopes, presidente do BD, rejeita qualquer fracasso e diz que “o Grupo Parlamentar da UNITA é no fundo a imagem da FPU, ou seja insere no seu seio elementos do BD, do projecto Pra-JÁ e da sociedade civil, e o trabalho da FPU vai ser visto institucionalmente neste contexto".

Esta leitura é corroborada pela UNITA, cujo secretário-geral Álvaro Chikwamanga diz que “não entenderam a estratégia da FPU, era iminentemente eleitoral, neste momento nós vamos redefinir a sua estratégia, se ainda continuará a plataforma para concorrer às eleições autárquicas como tal ou não, e também pensar já nas eleições em 2027".

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Outro integrante da FPU, pelo projecto Pra-JA, na Huíla, Serafim Simeão, pede calma aos cidadãos.

"Compreendemos a ansiedade das pessoas, mas nós temos que ir devagar, temos que estudar os cenários das jogadas que às vezes são políticas, haja serenidade do povo que em tempo oportuno a FPU vai se pronunciar", pede Simeão.

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Também integrante do projecto político de de Abel Chivukuvuku, Leonel Gomes diz que neste momento, a FPU “espelha-se no Grupo Parlamentar da UNITA”.

Entretanto, o jurista e analista político Pedro Caparakata entende que a FPU morreu antes mesmo de nascer porque “nunca poderia resultar porque as agendas dos seus integrantes são totalmente diferentes, por isso sempre achei que a FPU não passou de mera utopia"

E há um risco de se abrir um precedente perigoso para a política nacional, alerta Caparakata.

"A UNITA não sabe mas aos poucos vai-se convertendo num comité de especialidade dos partidos políticos", conclui aquele jurista.

A FPU participou na campanha eleitoral através da sigla da UNITA, mas com elementos dos dois grupos políticos que integram o Grupo Parlamentar da UNITA.