A greve nas universidades públicas angolanas, iniciada há seis dias, precipitou uma maratona negocial entre o Governo e o Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) com vista à satisfação do caderno reivindicativo dos docentes.
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O dirigente do SINPES Carlinhos Zassala disse à VOA terem já sido realizadas três rondas negociais e admitiu que até amanhã possa ser assinado um "memorando de entendimento” entre o sindicato e os ministérios das Finanças, Ensino Superior e do Trabalho e Segurança Social.
O sindicalista nota que, enquanto isso, a greve continua em todo o país e que muitas organizações sociais têm-se manifestado solidárias com a causa dos docentes.
Zassala sublinha que“ só a assembleia geral deverá decidir se suspendemos, interpolamos ou levantamos a greve”.
Por seu lado, o secretário-geral da Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), Francisco Jacinto, manifesta-se solidário com a greve do SINPES e acusa o Governo de João Lourenço de ser “arrogante e insensível à concertação com os seus parceiros sociais”.
“Este Governo não dialoga. Este governo impõe”, acusa.
Quem se mostra igualmente solidário com a greve dos docentes é o líder do Movimento dos Estudantes Universitários (MEU), para quem "muitas das suas reivindicações também são nossas".
Francisco Teixeira deplora o que chama de “falta de investimentos sérios no sector de ensino superior público" e acusa os negociadores do Governo de “serem ao mesmo tempo empresários com interesses no sector do ensino”.
Os docentes universitários exigem que os gestores das unidades orgânicas sejam escolhidos por via das eleições, além do aumento salarial, assistência médica e medicamentosa dos docentes, a harmonização dos planos curriculares e a formação contínua dos professores.
A construção de cidades universitárias no país, a aposta na investigação científica e melhores condições dos laboratórios e bibliotecas completam os oito pontos do caderno reivindicativo dos professores universitários.