A fuga de capitais de Angola pode representar, anualmente, cerca de sete por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 2,5 mil milhões de dólares, segundo estimativa apresentada ontem,3, em Luanda com base em estatísticas internacionais.
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Os dados foram divulgados pelo director do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, Alves da Rocha, durante a apresentação do livro “Fuga de Capitais e a política de desenvolvimento a favor dos mais pobres em Angola”.
Alves da Rocha disse que o dinheiro que sai anualmente de Angola, de forma ilícita pode representar o PIB de muitos países africanos a sul do Sahara.
O especialista referiu que se a fuga de capitais fosse travada permitiria uma redução directa anual de 2,11 por cento na taxa de pobreza.
“Isto tem reflexos. Se é capital que sai, vai alimentar outras economias, vai gerar empregos noutros países, quando nós também precisamos de investimento, de gerar emprego e distribuir melhor e mais rendimento a quem de facto está em níveis de sobrevivência”, afirmou Alves da Rocha.
A publicação agora lançada reúne artigos de investigação de nove académicos, entre angolanos, africanos, europeus e sul-americanos, e discute temas como a fuga de capitais e a redução da pobreza, o papel e a participação dos bancos na fuga de capitais, a corrupção, além do regime jurídico angolano em matéria de fuga de capitais.