Analistas económicos e políticos em Luanda afirmam que o Governo angolano não está a dialogar com a sociedade e continua a tomar medidas económicas impopulares.
A estagnação no crescimento do produto interno bruto não petrolífero liderado pelos setores da agropecuária e comércio a retalho é apontado por economistas como consequências negativas das medidas que o Executivo tem vindo a tomar nas últimas semanas.
Para vários economistas, a entrada em vigor da nova pauta aduaneira, o agravamento dos impostos, o anúncio dos salários suplementares na função função pública, a retirada gradual dos subsídios aos combustíveis, o aumento do preço dos derivados do petróleo e a greve geral dos trabalhadores são indicadores que fazem prever dias difíceis para maioria dos angolanos.
Apontam, por outro lado, outras consequências que decorrem do aumento da inflação, com base no aumento do custo do financiamento interno do orçamento geral do Estado.
De acordo com o Relatório Mundial sobre a Crise Alimentar, divulgado nesta semana, a insegurança alimentar deve piorar em Angola neste ano, onde 1 milhão e 300 mil pessoas enfrentaram níveis elevados de insegurança alimentar aguda no ano passado.
O relatório acrescenta que um possível aumento dos níveis de insegurança alimentar aguda neste ano reflete a expectativa de fraca precipitação durante a época de colheita de 2023/24, as baixas reservas alimentares das famílias e a inflação persistente dos alimentos e dos combustíveis.
A directora -geral do Instituto de Desenvolvimento Industrial e Inovação Tecnológica de Angola, reconhece a falta de capacidade de integração dos vários atores que intervêm no ramo da produção no país.
Observadores criticam certas medidas e apelam a uma mudança de rumo.