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Dirigentes dos três maiores partidos angolanos na província do Zaire concordaram em que deve haver respeito a ideias diferentes mas a oposição diz que na prática isso não acontece.
Tanto a UNITA como a CASA-CE acusam o partido no poder de intolerância, algo que o MPLA nega enfaticamente.
Isso ficou claro no programa “Angola Fala Só” realizado em Mbanza Congo no Zaire.
Um ouvinte que participou no programa, Pedro Mavambo, que disse ser militante da CASA-CE, apelou a todos os três partidos para se respeitarem mutuamente.
“Não é preciso haver fanatismos porque o fanatismo destrói a pessoa e a sociedade”, disse Mavambo.
Um outro ouvinte, José Manuel, fez notar a importância de uma oposição para o país.
“Sem oposição não há democracia”, afirmou.
Bid Jovelino, primeiro secretário provincial do MPLA, disse que o seu partido “não fala com base no fanatismo mas fala sim com convicção política”, acrescentando que o seu partido mantem uma estreita auscultação dos problemas das populações.
O representante do MPLA prometeu que até 2017 todo o Mbanza Congo terá energia.
“Garanto isso”, afirmou.
Os dois partidos da oposição na voz dos seus representantes no programa foram unânimes em considerar que há intolerância por parte das autoridades.
Fernandes Gomes João secretário da CASA-CE disse que o MPLA actua com “um sistema de retaliação” enquanto o secretário provincial da UNITA Nunes Nkunku Ankosi disse que mesmo o Conselho de Auscultação “não ouve e intimida todos com opiniões estranhas”.
Ankosi negou que a oposição não seja construtiva.
“O nosso papel é incentivar o governo a trabalhar mais”, disse.
Bid Jovelino do MPLA negou que houvesse um espirito de intolerância afirmando que o seu partido “insiste pela reconciliação”, algo que, segundo disse, é reconhecido interna e internacionalmente.
“O MPLA insiste na reconciliação entre angolanos e isso é reconhecido”, disse.
Para Jovelino o importante é “esquecer o passado”.
“Quando ouço falar de retaliação ficou assustado porque estamos numa fase de reconciliação”, disse mas fez notar que o MPLA está no poder porque ganhou a maioria.
Nunes Nkunku Ankosi da UNITA disse que o seu partido também luta pelo diálogo.
Mas, disse, no diálogo há que aceitar “a opinião do outro”.
“Deve haver tolerância á divergências de ideias”, disse afirmando que “o governo do MPLA nunca aceitou as propostas da UNITA”
Por seu turno Fernandes Gomes João da CASA-CE disse que o problema no país é “tudo está partidarizado”.
“Até os próprios sobas estão partidarizados, são nomeados em vez de ser eleitos tradicionalmente”, afirmou acrescentando no entanto que o seu partido “está disponível a todo o momento que precisarem a nossa contribuição”.
Bid Jovelino do MPLA disse que para o seu partido o importante é “esquecer o passado e olhar para a frente continuando com o diálogo”.
Jovelino exortou a oposição a “fazer trabalho junto dos seus militantes” porque “entre angolanos não há inimigos”.
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