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Quando comparado com a Presidência de José Eduardo dos Santos há agora “claras mudanças” na política governamental em relação aos órgãos de informação, disse o secretário-geral do Sindicato Nacional de Jornalistas de Angola (STJ), Teixeira Cândido.
Ao participar no programa “Angola Fala Só”, Teixeira Cândido afirmou que desde a subida ao poder de João Lourenço os profissionais da informação “estão mais soltos, menos inibidos”.
“Os próprios órgãos de comunicação social já estão a esboçar tentativas para fomentar pluralidade de ideias”, acrescentou, fazendo notar noticiários da televisão pública em que todas as semanas se convidam elementos da oposição e artigos de opinião no Jornal de Angola da autoria de membros da UNITA, como aconteceu com Jardo Muekalia.
“Este é um ambiente de alguma esperança e de alguma expectativa porque o Presidente e o ministro da Comunicação Social têm-se estado a esforçar para abrir o sector da comunicação social, sobretudo o público”, disse o sindicalista.
"Estamos a ensaiar a independência dos orgãos de comunicação social", sublinhou Teixeira Cândido, para quem isto não é um sinal de uma independência.
Para o jornalista, essa independência “é ainda vulnerável”.
Teixeira Cândido fez notar que quem nomeia as direcções dos órgãos estatais é o dirigente do poder Executivo pelo que “quem nomeia pode exonerar como bem entender”.
“A independência dos órgãos de informação públicos depende da boa vontade do Presidente e do seu titular”, fez notar o dirigente do STJ para quem a nomeação de dirigentes dos órgãos de informação públicos deveria ser feita por uma “entidade independente”.
No programa, Teixeira Cândido defendeu que a luta pela liberdade de imprensa “deve envolver toda a sociedade”, pois "é uma luta na qual “ganham todos.”
Quanto à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCA), ele afirmou que continua a ser “um instrumento dos partidos políticos” já que os nomeados continuam a representar os interesses dos partidos que os nomeiam.”
Para o jornalista, isso faz com os membros da ERCA tenham “a tendência em depender mais dos interesses partidários do que dos interesses públicos.”
Em relação à questão dos salários, Teixeira Cândido recordou que a situação económica da imprensa privada é bastante má pelo que o sindicato quer negociar dois tipos de acordo colectivo de trabalho, um para os órgãos públicos e outro para os órgãos privados.
O sindicalista defendeu a atribuição de incentivos para os órgãos de informação de modo a reduzir os seus custos e permitir melhores salários para os jornalistas.