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Preço único para distâncias curtas e outro preço único para distâncias longas. Esta foi a opinião unânime dos ouvintes que participaram no programa “Angola Fala Só” sobre o aumento dos preços dos táxis em Angola.
Os preços aumentaram na sequência da abolição de subsídios aos combustíveis e desde então tem havido muita controvérsia sobre o preço a cobrar pelos taxistas.
Depois de um aumento inicial em Luanda para 200 Kwanzas por cada viagem, o Governo interveio e estabeleu um preço de 150 kwanzas. Mas os utentes têm-se queixado de que isso não está a ser respeitado e que muitos taxistas negoceiam tarifas para cada corrida.
O programa Angola Fala Só previa contar coma participação, como convidado, do presidente da Associação de Táxis de Luanda, Manuel Faustino, mas não foi possível estabelecer contacto com ele.
Como resultado, dos ouvintes que já estavam inscritos foram convidados a dar a sua opinião sobre o tema, numa animado programa com ouvintes de Bbenguela, Uíge, Luanda, Bié, Huíla, Lunda Norte, Huambo e Kwanza Sul.
Ricardo António, do Cuanza, Sul foi um dos ouvintes que defendeu um preço único porque caso contrário “dão a entender que não há lei”.
Paulo Bango Katyavala, de Luanda, fez notar que o diálogo é essencial para se estabelecer tarifas justas para todos.
“O taxista deve ser visto (pelo Governo) como um parceiro”, disse Bango Katyavala, para quem a associação dos taxistas deveria estar associada a um sindicato.
A associação, disse, "devia reunir com os taxistas receber as suas opiniões e só depois levar a contra-proposta ao Governo”.
Eduardo Zendulay, da Huíla, motorista de táxi, disse tinha decidido dedicar-se a transporte entre cidades, mas que isso traz outros problemas como o estado péssimo das estradas que provocam danos aos veículos e os constantes postos de controlo policial em que o pagamento de “gasosa” é obrigatória por "comer os rendimentos aos motoristas".
Ele disse que o problema dos preços dos táxis se junta a outros que torna cada vez mais difícil a vida da população.
Os parlamentares, disse, "deveriam dar mais atenção ao que se passa nos círculos que representam".
Para Zendulay, “o que doi a nós, no parlamento não doi e quando lhes contamos a nossa realidade para eles isso é ruído”.
Opinião idêntica foi expressa por Augusto Tuatale, do Bié, que afirmou que os parlamentares devem “rodar” pelas províncias para se aperceberem dos problemas e apresentá-los ao Governo.
“Aqui na capital isso não é um problema, é o nosso dia-adia”, disse Paulo Katyavala que afirmou que os taxistas de Luanda cometem muitas infracções, mas preferem pagar as gasoasas aos polícias em vez de multa.
Marcelino Epalanga, do Huambo, acrescentou que no percurso que viaja regularmente encontra “quatro ou cinco controlos” e em cada um o motorista tem de pagar cerca de mil kwansas, o que significa que os agentes “ganham um salário na estrada”.
“É algo que a associação (de taxistas) deveria abordar porque caso contrário o sofrimento dos taxistas nunca terminará”, concluiu aquele ouvinte..