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"Já tivemos muito mais liberdade do que agora", disse o director do Semanário Angolense, Salas Neto.
Ao falar no programa Angola Fala Só, Salas Neto disse que com a longa permanência no poder o MPLA “habituou-se a mandar” e que essa situação se agravou com “a derrota militar da Unita”.
“A liberdade de expressão perdeu muito com esse reforço do poder”, disse o jornalista", que continuou: “Já tivemos mais liberdade do que agora”.
Contudo, Salas Neto avisou que “não se pode dizer que não há um mínimo de liberdade de expressão”, e acrescentou que essa liberdade é também “muitas vezes mal usada”.
"As pessoas não sabem usar a liberdade de expressão", a acusou Salas Neto.
Ao longo do programa, o jornalista manifestou-se optimista de que a situação da liberdade de expressão e do jornalismo venha a melhorar pois “não há mal que sempre dure”, e espera que as autoridades compreendam que o país melhora “com mais liberdade”
A situação em Angola não é a mesma da China ou da Coreia, disse o jornalista que recordou que nesses países as autoridades negam acesso ao “Facebook”. Entretanto, disse, “houve um retrocesso”
Interrogado por um ouvinte sobre se se alguma vez foi forçado a censurar algum artigo por “ordens superiores”, Salas Neto disse que “nunca".
“Não há pressões antes da publicação no jornal", disse, acrescentando que depois da publicação de um artigo pode haver críticas ao mesmo. Salas Neto fez notar também que trabalha "para um patrão que tem determinados interesses”.
O editor disse que há que saber “criticar com elegância”. “Criticar", disse “ não é apenas achincalhar”.
Salas Neto concordou com um ouvinte sobre a falta de jornalismo de investigação. Para além da falta de pessoal qualificado há também receios entre os jornalistas de serem levados a tribunal e não terem meios para se defenderem por não poder contractar um advogado.
Dois ouvintes queixaram-se da falta de acesso aos jornais angolanos nas províncias. Salas Neto disse que há casos em que isso se deve a atitudes de governadores que “pensam que as províncias são os seus feudos”.
"O problema deve-se também á falta de empresas de distribuição", concluiu o director do Semanário Angolense Salas Neto.