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A UNITA “tomou a decisão correcta” ao convocar a manifestação para protestar contra o desaparecimento dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule, disse.o activista e jornalista Rafael Marques no programa “Angola Fala Só”.
“ A UNITA não deve ter vergonha de defender os direitos dos cidadãos,” disse Marques que criticou a declaração da polícia de pedir o cancelamento da manifestação prevista para Sábado porque alegadamente a juventude do MPLA tinha também convocado uma manifestação.
“A cidade de Luanda tem muitas artérias,” disse Marques afirmando ser possível realizar duas ou três manifestações simultâneas na capital.
Para o activista compete ao governo provincial informar e explicar as condições para a realização da manifestação e não á polícia.
“A polícia tem a missão de velar pela ordem,” disse.
“A polícia não dá conselhos,” acrescentou Rafael Marques para quem o poder em Angola age para proteger a impunidade dos dirigentes.
Marques respondia ao ouvinte Pedro Costa da província da Huíla que afirmou não se poder falar de paz em Angola porque os direitos da oposição e dos cidadãos continuam a ser ignorados.
Marques discordou afirmando que “nós temos paz em Angola” mas que há “a ausência de democracia participativa” em Angola
“Hoje o poder age para proteger a impunidade dos dirigentes,” disse marques.
“É isso que tem que mudar,” acrescentou.
Já em diálogo como ouvinte Cassai Mutopa da Lunda Norte Marques afirmou que assiste-se em Angola á “imposição da cultura do medo” quando afirma que a UNITA quer o regresso à guerra.
Para o activista “as ameaças contra a UNITA são ameaças a todos os angolanos" porque visam impedir o uso dos direitos aprovados na constituição.
Rafael Marques apelou aos membros do MPLA para eles próprio defenderem um partido mais aberto e mais democrático.
O país atravessa um “momento crítico” disse o activista que recordou a ausência do Presidente em Espanha.
“O presidente está doente,” disse Rafael Marques.
“É preciso que haja forças dentro do MPLA que venham defender a vida dos angolanos,” disse exortando os parlamentares do MPLA a levarem os casos de abusos de direitos humanos ao parlamento.
“O parlamento não existe para defender o presidente e os negócios,” disse Rafael Marques para quem o MPLA tem “uma mentalidade arcaica e atrasada” marcada pelo “autoritarismo”.
“Onde estão os intelectuais do MPLA para aconselhar o MPLA a ser mais civil e a respeitar a constituição? Porque é que não se respeita a constituição e só se respeita o petróleo?,” interrogou.
Marques disse que o partido no poder age como se não tivesse havido eleições e como se não tivesse uma esmagadora maioria no parlamento
O ouvinte André Muteka insurgiu-se contra as declarações de Rafael Marques afirmando ser “óbvio” que a activista “é da UNITA” e que “goza da boa vida graças ao MPLA”.
“Devia ter mais cuidado,” disse Muteka.
Rafael Marques disse não pertencer a nenhuma formação política acrescentando que quando e se decidir na vida política é o seu direito faze-lo.
Interrogado pelo ouvinte Felizardo Capitão da cidade de Luanda sobre a decisão da procuradoria portuguesa arquivar as investigações que efectuava a figuradas destacadas do poder angolano Rafael Marques disse ser claro que “a justiça foi sacrificada em Portugal por negócios das elites” dos dois países.
A decisão, disse, “ é um processo claro de conspiração de dois governos contra os interesses do povo angolano”.
“Bens dos angolanos são saqueados e depositados em Portugal,” acrescentou.
O activista referiu-se também aos escândalos envolvendo o general Bento Kangamba afirmando se este vai o u não continuar como membro do partido no poder “é um problema do MPLA”.
O alegado envolvimento de Kangamba no tráfico de mulheres é contudo “uma preocupação para todos os angolanos”.
“Como tal a procuradoria deveria esclarecer se vai iniciar ou não um caso contra cangamba, se o vai entregar ou não,” disse.
O general cangamba tem actualmente um mandado internacional de captura
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