Angola Fala Só - Microfone Aberto: "Discurso velho em boca nova", diz ouvinte

Microfone Aberto

Ouvintes analisam discurso e Governo de João Lourenço

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Microfone Aberto: "Um discurso velho numa boca nova"

"Os actos falam mais alto que as palavras", foi uma das opiniões mais ouvidas sobre o discurso de tomada de posse do Presidente João Lourenço no programa “Angola Fala Só”.

Na sua última edição, o programa foi para o ar em regime de “microfone aberto”, um convite a ouvintes e internautas para enviarem as sua opiniões sobre o primeiro discurso de João Lourenço como Presidente da República e o novo governo.

Abrantes Antunes disse que para além das palavras do Presidente o importante “é a prática”.

“A prática é que vai ser difícil”, disse.

Um outro ouvinte afirmou que “há que esperar para ver”, mas para já a sua opinião foi de que se tratou de “um discurso velho por boca nova”.

Muitos ouvintes manifestaram o seu cepticismo quanto à capacidade do novo Presidente agir por si próprio, recordando que José Eduardo dos Santos vai continuar a ser o presidente do MPLA.

“Temos um Presidente que vai governar na sombra de outro”, disse um internauta através do Facebook.

Outro internauta acrescentou a esse respeito que “Angola precisa de uma nova moeda, não da mesma moeda com duas caras”.

Grande parte dos ouvintes do programa mostrou-se desiludida com a formação do Governo, fazendo notar que apesar do Presidente ter prometido um Executivo de inclusão ninguém da sociedade civil ou da oposição faz parte dele.

José Tati, de Cabinda, manifestou-se satisfeito com a substituição da governadora de Cabinda, mas disse ter ficado desiludido com o facto de no seu lugar ter sido nomeado “um general”.

“O MPLA pensa que pode resolver o problema de Cabinda com generais”, disse, afirmando que “a população de Cabinda já não acredita em quase nada” que o Governo central diz.

Tati fez notar que em Cabinda o MPLA tinha perdido as eleições a favor dos dois partidos da oposição.

“Espero que recebam o recado do resultado das eleições em Cabinda”, concluiu.

Quanto à mudança de governadores provinciais houve unanimidade em considerar que pouco podem fazer mesmo que o queiram por estarem totalmente dependentes das autoridades centrais.

Um dos ouvintes reiterou que sem o poder autárquico a situação não mudará