Não faz sentido que a educação em Angola não seja gratuita até ao ensino superior, disse ao “Angola Fala Só” João Francisco, Secretário Provincial na Huíla do Sindicato Nacional de professores, SINPROF.
Numa animada e profunda discussão com os ouvintes sobre os problemas da educação em Angola, Francisco disse que pelo menos 15% do orçamento geral do estado deveria ser consagrado á educação.
Caso contrário, disse, Angola não poderá sustentar um ensino condigno que garanta a qualidade futura da educação e dos futuros dirigentes do país.
Uma grande parte das preocupações dos ouvintes esteve virada para o custo da educação. O ouvinte Gomes Francisco de Benguela disse por exemplo que para registar um filho na nona classe tinha que pagar 100.000 Kwanzas
“Quem pode aguentar isso?” interrogou.
O sindicalista respondeu a este e outros ouvintes com a mesma preocupação que um país de “tantos recursos, tão rico” seja incapaz de fornecer educação gratuita.
“O nosso país não tem comparação com Cuba em termos de riqueza, mas em Cuba a educação é gratuita,” disse João Francisco.
“Isto é uma incongruência,” acrescentou.
Francisco insurgiu-se também contra a política governamental de não aceitar trabalhadores no estado com mais de 35 anos de idade. O ouvinte João Gomes de Luanda foi desmobilizado das forças armadas e é professor mas não pode encontrar emprego porque tem mais de 35 anos de idade.
“Todo o cidadão que tenha vigor e capacidade deveria ser aceite,” disse Francisco que defendeu também o princípio de se dar prioridade a veteranos das forças armadas com a capacidade de poderem ser admitidos na profissão.
O sindicalista fez notar o mau nível da educação em Angola afirmando que se assiste hoje a situações em estudantes entram na universidade “e não sabem ler, não sabem a tabuada”.
“Hoje um aluno da terceira classe não sabe redigir uma carta,” disse.
O sindicalista abordou também a questão levantada por um ouvinte sobre o material didáctico que é desviado e vendido no “mercado paralelo”.
“As empresas que produzem o material deveriam envolver-se no processo,” disse.
“Queremos mais verbas para a educação não só para novas escolas mas também para a produção de livros,” acrescentou afirmando ainda que a falta de material didáctico afecta o nível de educação pois estudantes não podem efectuar consultas aos livros que necessitam em casa.
O ouvinte Eusébio José Alberto insurgiu-se contra o facto de muitas crianças não se poderem registar por não terem cédula pessoa
“Isso é uma pouca vergonha,” respondeu o sindicalista que descreveu as enchentes de pessoas nos serviços de registo para poderem registar os seus filhos.
O ouvinte Alberto sugeriu que as escolas poderiam aceitar declarações escritas dos pais em substituição das cédulas enquanto João Francisco disse que o problema poderia ser resolvido se houvesse vontade do governo.
Francisco fez notar que para o registo eleitoral o governo envia brigadas de registo ás comunas e aldeias.
“Porque é que isso não acontece com o registo? O processo é o mesmo,” disse.
Para João Francisco isto deve-se em, parte, ao facto dos dirigentes não se deslocarem a essas zonas desconhecendo os problemas. Outro factor é o facto dos filhos dos dirigentes não serem educados nas escolas públicas de Angola pelo que os problemas da população no ensino não os afecta
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Numa animada e profunda discussão com os ouvintes sobre os problemas da educação em Angola, Francisco disse que pelo menos 15% do orçamento geral do estado deveria ser consagrado á educação.
Caso contrário, disse, Angola não poderá sustentar um ensino condigno que garanta a qualidade futura da educação e dos futuros dirigentes do país.
Uma grande parte das preocupações dos ouvintes esteve virada para o custo da educação. O ouvinte Gomes Francisco de Benguela disse por exemplo que para registar um filho na nona classe tinha que pagar 100.000 Kwanzas
“Quem pode aguentar isso?” interrogou.
O sindicalista respondeu a este e outros ouvintes com a mesma preocupação que um país de “tantos recursos, tão rico” seja incapaz de fornecer educação gratuita.
“O nosso país não tem comparação com Cuba em termos de riqueza, mas em Cuba a educação é gratuita,” disse João Francisco.
“Isto é uma incongruência,” acrescentou.
Francisco insurgiu-se também contra a política governamental de não aceitar trabalhadores no estado com mais de 35 anos de idade. O ouvinte João Gomes de Luanda foi desmobilizado das forças armadas e é professor mas não pode encontrar emprego porque tem mais de 35 anos de idade.
“Todo o cidadão que tenha vigor e capacidade deveria ser aceite,” disse Francisco que defendeu também o princípio de se dar prioridade a veteranos das forças armadas com a capacidade de poderem ser admitidos na profissão.
O sindicalista fez notar o mau nível da educação em Angola afirmando que se assiste hoje a situações em estudantes entram na universidade “e não sabem ler, não sabem a tabuada”.
“Hoje um aluno da terceira classe não sabe redigir uma carta,” disse.
O sindicalista abordou também a questão levantada por um ouvinte sobre o material didáctico que é desviado e vendido no “mercado paralelo”.
“As empresas que produzem o material deveriam envolver-se no processo,” disse.
“Queremos mais verbas para a educação não só para novas escolas mas também para a produção de livros,” acrescentou afirmando ainda que a falta de material didáctico afecta o nível de educação pois estudantes não podem efectuar consultas aos livros que necessitam em casa.
O ouvinte Eusébio José Alberto insurgiu-se contra o facto de muitas crianças não se poderem registar por não terem cédula pessoa
“Isso é uma pouca vergonha,” respondeu o sindicalista que descreveu as enchentes de pessoas nos serviços de registo para poderem registar os seus filhos.
O ouvinte Alberto sugeriu que as escolas poderiam aceitar declarações escritas dos pais em substituição das cédulas enquanto João Francisco disse que o problema poderia ser resolvido se houvesse vontade do governo.
Francisco fez notar que para o registo eleitoral o governo envia brigadas de registo ás comunas e aldeias.
“Porque é que isso não acontece com o registo? O processo é o mesmo,” disse.
Para João Francisco isto deve-se em, parte, ao facto dos dirigentes não se deslocarem a essas zonas desconhecendo os problemas. Outro factor é o facto dos filhos dos dirigentes não serem educados nas escolas públicas de Angola pelo que os problemas da população no ensino não os afecta
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