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O líder histórico da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, FLEC, Nzita Tiago, voltou a apelar a conversações directas com o governo angolano.
O dirigente da FLEC disse não ter recebido até agora qualquer resposta a propostas de negociações para se pôr termo ao conflito em Cabinda.
Falando no programa “Angola Fala Só” Tiago defendeu acÉrrimamente o direito dos cabindas á autodeterminação afirmando repetidamente que “Cabinda não é Angola”.
Mas disse ele “não somos inimigos dos angolanos”
“Somos inimigos do governo angolano que é uma minoria,” acrescentou Nzita Tiago
Interrogado sobre que tipo de separação previa para Cabinda, o dirigente da FLEC disse que isso é uma questão a discutir nas negociações com Angola.
“Queremos discutir tudo isso na mesa das negociações,” disse, referindo ainda por várias vezes que Portugal poderia também participar.
Nzita Tiago em resposta a um ouvinte afirmou contudo que uma Cabinda independente ou autónoma será um país democrático com eleições livres e um estado formado por um executivo, um sistema judicial independente e uma legislatura eleita.
O dirigente da FLEC minimizou as divisões que existem as organizações separatistas afirmando que isso “ existe em todo o lado”.
Dentro da própria história do nacionalismo angolano, disse ele, houve profundas divisões, recordando a “Revolta de Leste e “Revolta Activa” dentro do MPLA e o facto da UNITA ter nascido de uma cisão da FNLA a que pertencia inicialmente Jonas Savimbi.
“Não há divisão,” disse Nzita Tiago.
“Há entendimento quanto á à questão da independência,” acrescentou afirmando que os módulos dessa independência são para ser discutidos em negociações com o governo angolano.
O dirigente da FLEC disse que nessas negociações deveriam participar todas as organizações de Cabinda “mesmo aqueles que aceitaram dinheiro do MPLA” e apelou á unidade de todos os cabindas
“Todos os cabindas devem estar junto para combatermos o neocolonialismo angolano,” disse.
And´re Muianga, do Namibe, questiou as credenciais nacionalistas de Nzita Tiago querendo saber onde é que o dirigente da FLEC vive
"Eu sou de Cabinda, vivo e sempre vivi no coração dos cabindas," disse Nzita Tiago sem respodner directamente à pergunta.
Interrogado sobre se havia angolanos que defendiam o direito á auto determinação de Cabinda, Tiago recordou a figura do seu “amigo” Jonas Savimbi, o falecido dirigente da UNITA.
“Jonas Savimbi dizia sempre que Cabinda não é angola que Cabinda é Cabinda e Angola é Angola,” disse Nzita Tiago que revelou ainda que combatentes cabindas foram treinados pela UNITA
O dirigente da FLEC revelou que no passado houve contactos com entidades do governo angolano, mencionando o nome do general na reforma Santana André Pitra Petroff como um dos contactos no passado.
Aquando da presença cubana em Cabinda ele tinha mantido contactos com o general cubano que comandava as forças ali estacionadas a que entregou uma mensagem para ser entregue ao antigo presidente Agostinho Neto, disse o dirigente da FLEC.
Interrogado por uma ouvinte sobre a participação de Cabinda em futuras eleições autárquicas, Nzita Tiago disse que os cabindas não devem participar nessa votação.
“Não temos nada a haver com eleições angolanas,” disse.
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