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Apesar dos apelos de todos os partidos para o voto da juventude, esta permanece em larga escala indiferente à politica, disse no programa “Angola Fala Só” desta sexta-feira, 18, Ganga Luango, coordenador do Projecto Debate na Comunidade.
A organização foi formada num dos bairros de Luanda em 2008 para informar a juventude e desde então tem-se expandido a outras áreas da capital, mantendo reuniões regulares com convidados da sociedade civil e mesmo dos partidos políticos.
Neste sábado, 20, a organização debate a fiscalização das eleições.
Ganga Luango disse que a questão da fiscalização surge como a mais importante do acto eleitoral devido à recusa da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de ter os votos contados nas assembleias de voto.
Ele apelou os eleitores a permanecerem perto dos locais de voto de modo a assegurar que não há irregularidades nas assembleias
Ganga Luango frisou, por outro lado, que a campanha eleitoral tinha sido marcada por uma cobertura tendenciosa por parte da televisão governamental angolana.
“Oitenta e cinco por cento do espaço da TPA foi dedicado a um só partido, o partido no poder”, afirmou, fazendo nota,r por outro lado, que as duas rádios privadas, a Rádio Eclésia e a Rádio Despertar, não operam fora de Luanda.
Interrogado sobre o facto de não ter havido um debate entre os candidatos presidenciais tal como pedido por muitos partidos da oposição, Luanga responsabilizou a cultura política do MPLA.
“Acostumaram-se a uma versão e portanto não querem ir a debate”, respondeu Luango, lembrando que em muitos países não há sequer “tempo de antena” porque a independência e idoneidade dos meios de informação está garantida.
“Temos uma democracia no papel”, sublinhou o activista que reconheceu que nestas eleições há uma maior atenção por parte do eleitorado.
“Sinto uma melhoria”, reiterou, afirmando ainda que na sua opinião os partidos conseguiram “transmitir os seus objectivos”.
Contudo, disse que entre a juventude, e ao contrário do que dizem os partidos políticos, há pouco entusiamo pela política.
“Pouca juventude interessa-se pela política”, concluiu Guanga Luango.