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O director da Caritas em Angola Eusébio Amarante apelou a uma maior “franqueza e cooperação” das autoridades com as organizações de ajuda para melhor se resolver os problemas que afectam os mais pobres.
Amarante falava no programa “Angola Fala Só” e respondia a um ouvinte do Cunene que abordou as dificuldades da população da província em obter água e ajuda do Governo para esse fim.
O director desta organização católica fez notar que a Caritas não tem a capacidade, quer técnica quer financeira, para substituir a autoridade pública.
A sua missão, disse, é ajudar dentro das suas possibilidades, lamentando no entanto que muitas vezes ninguém sabe ao certo quais os planos das autoridades para resolver determinado problema.
"É cada vez mais chamar a atenção, mostrando os factos, partilhando as informações e também perspectivas de soluções para mais cooperação, mais franqueza, mais abertura da autoridade pública”, defendeu Amarante.
No entanto, admitiu ser possível "delegar determinadas tarefas para as organizações que se dispõem a colaborar em actividades de responsabilidade pública”.
A Caritas está actualmente envolvida numa campanha de ajuda aos angolanos mais desfavorecidos, incluindo os abrangidos pela seca no sul do país.
Eusébio Amarante disse que a campanha de ajuda está a contar com o apoio não só de cidadãos, mas também de algumas empresas.
“Estamos a ter uma boa resposta das paróquias, de pessoas singulares que estão dispostas a entregar o pouco que têm e de organizações e empresas”, disse.
“Parte desta colecta vai para a zona mais critica do país, que é S sul de Angola”, acrescentou em referência às zonas afectadas pela seca.
No programa Eusébio Amarante detalhou alguns programas concretos em que a Caritas está envolvida nessa região para mitigar a falta de água no Cunene e que deverá alastrar-se no próximo ano à província do Namibe.
Outros programas abrangem a segurança alimentar.
Em resposta a um outro ouvinte que sugeriu o envolvimento da organização na educação moral nas escolas, Eusébio Amarante disse que isso não essa não é a vocação da sua organização
Contudo, revelou, há já “algum diálogo” entre as autoridades da igreja e as autoridades públicas, como o Ministério da Educação, “sobre o aperfeiçoamento desta temática a nível de todas as escolas”.