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As bases para o desenvolvimento de Benguela estão lançadas, independentemente do governador escolhido depois das eleições de 23 de Agosto.
A opinião é de Isaac Maria dos Anjos, no passado dia 1 de Junho, e foi manifestada uma semana antes de ser exonerado pelo Presidente da República do cargo de governador, o que aconteceu nesta Quinta-feira, 8.
Anjos foi o convidado do programa Angola Fala Só, gravado em Benguela, no qual respondeu a perguntas dos presentes na sala e dos internautas que seguiram a gravação do programa, transmitida através do Facebook Live.
Durante a conversa, o então governador abordou vários temas, do turismo à indústria, do renascer dos caminhos-de-ferro à situação dos desalojados nos Cabrais, do lixo à falta de dinheiro para investimentos desde a queda do preço do petróleo no mercado internacional em 2014, do Porto do Lobito aos projectos que, segundo ele, "estão adiados".
Isaac dos Anjos reconheceu que houve retrocesso em sectores que ficaram sem dinheiro, como a recolha do lixo e a energia eléctrica, mas exibiu projectos já aprovados no Diário da República que “garantem as bases do desenvolvimento de Benguela, a partir de uma importante área metropolitana com mais de um milhão de habitantes”.
Frente a perguntas sobre problemas durante a sua gestão e comentários positivos à sua actuação, Isaac dos Anjos garantiu haver investimentos importantes que vão aumentar a oferta de energia eléctrica e de terrenos.
O cabeça-de-lista do MPLA em Benguela admitiu receber críticas do seu próprio partido porque “só quem fala é que é criticado” e defendeu a liberdade de expressão, mas “também o direito de reparo quando erramos, o que é normal”.
Questionado, na altura, sobre notícias de que seria substituído, Isaac dos Anjos respondeu com algum humor: “alguns queriam fazer um impeachment ao governador de Benguela, mas a Constituição não esteve do lado deles ou a conjuntura não foi favorável e continuo à espera dessa tal Quarta-feira pela comissão de salvação nacional de Benguela”.
Anjos defendeu a democracia e a liberdade de expressão, e considerou ter chegado a hora dos dirigentes angolanos apostarem em procurar financiamento externo para o desenvolvimento de Angola como a acontece em todo o mundo.
"Por que Angola não consegue ajuda ao seu desenvolvimento?", perguntou várias vezes Anjos, que refutou a ideia de que a corrupção seja uma justificação.
"Há corrupção em todo o mundo, mas em Angola qualquer desvio é exagerado e todo o mundo levanta essa bandeira, quando a realidade nao é esta", defendeu.
Esta foi a última entrevista de Isaac dos Anjos a um órgão de comunicação social antes de ser exonerado pelo Presidente da República, na Quinta-feira.