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José Eduardo dos Santos deverá continuar a governar o país se for eleito presidente em 2017, opinou o analista político Diavita Jorge, no programa “Angola Fala Só”.
O analista comentava a possibilidade do presidente deixar a política em 2018, tal como anunciou ser sua intenção mesmo se for eleito de novo para presidência do país em 2017.
Jorge disse ser “legítimo” para o presidente como pessoa anunciar a sua decisão de querer deixar a liderança do partido.
“Mas essa sua decisão na qualidade de militante do MPLA deve ser analisada com cuidado e tendo em conta os objectivos que o partido possui”, disse.
“O conclave é que vai decidir se é possível no actual contexto aceitarem a decisão do próprio candidato”, afirmou em referência ao congresso do MPLA, a decorrer em Luanda.
Diavita Jorge para quem o presidente representa actualmente para o MPLA “uma mais valia”, adiantou que, por isso, para o MPLA a sua saída “não é a melhor decisão neste actual contexto”.
“É perfeitamente natural o MPLA ter uma visão diferente em relação à do candidato José Eduardo dos Santos, que está ao serviço do partido”, acrescentou.
“Em termos do presidente abandonar a política, tenho as minhas plenas reservas”, afirmou.
O analista rejeitou a afirmação de um ouvinte de que a existência de um só candidato signifique que não há democracia dentro do partido.
O MPLA, disse, é um partido que tem evoluído com o tempo. “O MPLA está com um processo de restruturação interna e já é um partido diferente de há 15 ou 20 anos atrás”.
“O mais importante é que o partido esteja pronto a dar uma resposta aos anseios da população”, disse.
Ele rejeitou também afirmações de falta de democracia em Angola.
“Há eleições livres e representativas em Angola” e a participação no processo eleitoral “não é coartada”, disse.
“Quem vence governa, quem perde fiscaliza”, disse reconhecendo que há obviamente “deficiências” que são corrigidas.
Diavita Jorge rejeitou que o processo do registo eleitoral está a ser comprometido pelo governo.
Para o analista, o governo está apenas a recolher os dados relativos à actualização do registo eleitoral e todo o processo será conduzido pela comissão Nacional Eleitoral.