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A nova ministra da educação de Angola merece “o benefício da dúvida”, disse o secretário provincial do Sindicato dos Professores (SINPROF) na província angolana do Bengo.
César Diangongo fez esta declaração no programa “Angola Fala Só”, em que o tema da educação esteve em debate, com ouvintes, internautas e o convidado a concordaram que o sector em Angola necessita de profundas reformas e investimentos a vários níveis.
O professor sindicalista disse que no Bengo “desde as últimas eleições a direcção provincial tem mantido contacto permanente connosco e acreditamos que possa ser uma nova era”.
Diangongo afirmou que o sindicato não leva a sério as recentes acusações do governador de que o sindicato tem objectivos políticos à oposição.
“Para nós, não se passa nada pois o sindicato cumpre apenas com aquilo que está legislado”, garantiu, lembrando que o "o Sinprof é um sindicato sem fins políticos que defende apenas os direitos dos trabalhadores e algumas vezes aparece em questões ligadas á sociedade”.
Ao longo do programa, César Diangongo falou sobre os problemas que afectam os professores, desde salários baixos ao estatuto de carreira, e dos subsídios para professores colocados em locais distantes.
A fraca qualidade de muitos professores deve-se ao facto de “não terem qualidade de vida”, forçando muitos a terem que negligenciar a sua profissão para poderem ter um melhor salário.
Aliás, essas deficientes condições de trabalho e salários baixos são uma das razões da corrupção entre professores que exigem “gasosa” dos alunos ou encarregados de educação para matriculas e exames.
Isso “depende da consciência dos professores”, continuou o sindicalista que fez notar que muitas fezes professores têm alunos que ganham o dobro o triplo dos seus salários.
O sindicalista afirmou que se há casos de “gasosa” há tambem muitos casos de professores que cumprem as suas tarefas com integridade apesar das dificuldades que atravessam.
César Diangongo adiantou ainda que o sindicato tem denunciado os casos de corrupção como fez recentemente num relatório ao Governo provincial
Para o sindicalista, aumentos salariais terão benefícios mútuos pois “com salários mais altos o Estado poderá ser mais rigoroso” na exigência de melhores serviços por parte dos professores.
O estatuto dos professores é outra das grandes prioridades pois isso “traz consigo os subsídios” a que os professores devem ter acesso.
Diangongo afirmou ainda que tem que haver muitos investimentos no sector de educação para se colmatar as actuais dificuldades.
Interrogado sobre a nova ministra da educação, Maria Cândida Teixeira, que prometeu apostar na “valorização dos professores” o dirigente provincial do SINPROF no Bengo disse ser “muito cedo para avaliar a nova governante”.