O Angola Fala Só desta Sexta-feira, 24 de Abril, tem ao microfone o presidente do Fórum Universitário e defensor dos direitos humanos, Ângelo Kapuatcha, que se deslocou ao Huambo para melhor se inteirar dos últimos acontecimentos em torno da seita de José Kalupeteca "A Luz do Mundo"
Nome: Ângelo Carlos da Conceição Kapuatcha
Data de Nascimento: 2 de Setembro 1975
Local de Nascimento: Huambo
Estado civil: Casado
Filhos: 4
Profissão: Professor e activista dos direitos humanos
Formação: Formação em Educação pelo INE do Huambo; Ciências Políticas e Direito Constitucional na Universidade Aberta de Portugal
Destino em Angola: Huambo e Luanda
Lema de vida: Tudo deve girar em torno da pessoa humana
Curiosidades: Todo o seu ciclo de amigos reclama que o seu vício é a leitura e o computador; não é amigo de eventos sociais
Hobbies: Leitura; Internet; ouvir música é indispensável
A ler: Dois em simultâneo: Biografia de Mao Tse-tung e "Ascensão e Queda do Comunismo"
Música: Ouve quase todo o tipo de música e no momento desta entrevista estava a ouvir a música da seita Kalupeteca, apesar de não ser afecto à mesma.
A emergência de novas crenças em Angola... vejo a proliferação de certas crenças como resultado de uma conjuntura de maior liberdade decorrente da democratização do próprio país; por outro lado o nosso país tem um grau de desorganização social muito elevado, apesar de existirem leis para regulamentar na prática encontra-se um vazio no controlo e supervisão das instituições emergentes - há muitas limitações nessa supervisão e há falta de clareza no que respeita às balizas legais que permitem ou não a existência das novas intituições religiosas.
Onde estava 11 de Novembro de 1975?
Tinha dois meses e os meus pais estavam comigo na aldeia onde nasci, no município de Chicala Chilohanga ou Vila Nova no tempo colonial.
A independência era encarada com um duplo sentimento, uma ambivalência: as novas liberdades, por um lado, e o medo com a proclamação da independência no início da guerra civil. O medo era superior a perspectiva de boas coisas, que se esvaía dia após dia devido à intensidade dos confrontos.
Na minha aldeia as pessoas viviam uma constante nostalgia de como era no tempo do colono.
O meu pai foi morto na guerra quando eu tinha 7 anos, por isso sinto que a independência também encurtou mais a nossa vida, nomeadamente a do meu pai.
Blog: forduu.blogspot.com