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Angola deve adoptar uma lei de amnistia económica para esquecer os crimes económicos do passado e poder iniciar um novo capítulo na sua historia, defendeu Adalberto Katchiungo, fundador do Movimento de Unidade e Democracia para Angola–Frente Patriótica, (MUDA – FP).
Katchiungo defendeu esta posição no programa “Angola Fala Só”, afirmando que a corrupção abrangeu todos os sectores e políticos do país pelo que o melhor e é o pais virar-se para o futuro.
“Devemos discutir o futuro e não vivermos no passado”, sublinhou.
Adalberto Katchiungo foi secretário executivo da CASA-CE na província da Huíla antes de abandonar a coligação para lançar a MUDA–FP que, contudo, ainda não legalizado pelas autoridades judiciais.
Este antigo dirigente provincial da CASA-CE disse que “dois factores fundamentais” tinham levado à sua decisão de deixar a organização.
A primeira deve-se, segundo afirmou, ao facto de lhe ter sido negada informação sobre a formação da CASA-CE, uma “sonegação que durou quase cinco anos”.
“Ao tomarmos conhecimento do acordo constitutivo ficamos a saber que a CASA-CE é uma organização precária do ponto de vista jurídico e politico”, revelou.
Esse acordo, continuou o também economista, previa a extinção da CASA-CE após a legislatura resultante das eleições gerais de 2012 e podia, além disso, ser extinta por deliberação de dois terços dos seus membros queno total, são quatro partidos.
“Isso significa que nós durante esse tempo todo fomos trabalhando com a acorda ao pescoço”, acrescentou Katchiungo, para afirmar ter ficado claro que desde o início não havia qualquer acordo para transformar a organização num partido politico.
Por outro lado, acrescentou, a direcção de Abel Chivukuvuku “foi-nos mostrando que não está numa agenda enquadrada directamente nessa organização”.
“Parece que tem outras agendas paralelas”, afirmou Katchiungo, revelando que decisões tomadas por órgãos da CASA-CE são "depois anuladas".
Adalberto Katchiungo afirmou no programa que não se pode deitar todas as culpas da situação de Angola para o MPLA.
“Cada povo tem o Governo que merece”, justificou.
“Podemos queixar-nos do MPLA mas não podemos deixar de queixarmo-nos de nós mesmos pois fomos nós que deixamos o MPLA ficar 41 anos no poder”, acrescentou.
Para Katchiungo “ o povo angolano deve ser mais consciente” e recordou que “a democracia conquista-se não se oferece”.
Adalberto Katchiungo definiu o MUDA –FP como um movimento de carácter “social democrata-cristão”, e afirmou acreditar no princípio de “menos Estado e mais mercado”.
“O Estado deve ser a excepção e o mercado o normal, e para isso temos que abrir as fronteiras”, defendeu, afirmando que Angola não pode pensar que é auto-suficiente e precisa de abrir fronteiras "ao capital e know how”.
Adalberto Katchiungo defendeu a adesão do país à zona da SADC.
O economista defendeu uma reorganização da administração de Angola, com a criação de “regiões administrativas” baseadas nas autarquias.
Na óptica do promotor do MUDA-FA, a situação de Cabinda podia ter sido resolvida com um sistema de autonomia, baseado, por exemplo, na região autónoma dos Açores em relação a Portugal ou na região de estatuto especial de Hong Kong em relação à China.
Interrogado se seria bom para a oposição ter mais um partido em vésperas de eleições, Adalberto Katchiungo respondeu que “um novo partido é uma outra opção”.
“O país tem um deficit de debate e esse deficit começou em 1992”, concluiu.