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O vice-presidente da bancada parlamentar da Unita Adalberto Costa Júnior manifestou nesta sexta-feira, uma “grande preocupação” pela vida dos activistas detidos por alegadamente planearem uma rebelião e o derrube do governo.
Ele confirmou que um dos activistas, Luaty Beirão, foi levado hoje para o hospital em estado “muito debilitado” devido à greve de fome que vem realizando há 11 dias.
Adalberto da Costa Júnior disse ser evidente que “se começam a violar os direitos humanos de todos eles” nas cadeias onde se encontram.
“É inaceitável isto num estado de direito”, disse este dirigente da Unita, para quem o Estado angolano está a arrastar-nos para uma péssima exposição internacional”.
Durante o programa, o vice-presidente da bancada parlamentar da Unita abordou também o caso das mortes ocorridas no Huambo com membros da seita religiosa de José Julino Kalupeteka afirmando haver “muitas indicações” de que “as perseguições e mortes continuam”.
“Faço esta afirmação com toda a responsabilidade”, disse o deputado adiantando que o seu partido tem “muitas evidências” de que efectivamente ocorreu um massacre no local.
As autoridades afirmam que nove policias e 13 civis morreram nos confrontos.
Num animado programa de diálogo com ouvintes, Adalberto Costa Júnior disse que a crise financeira em Angola “não é o resultado da baixa do preço do petróleo”, mas sim “de desvios e roubos de biliões de dólares”.
Num período de 10 anos, revelou, desapareceram entre 80 e 90 mil miliões de dólares e agora “quem paga somos nós”.
A situação económica do país é de uma “gravidade extrema”, mas lamentou não haver garantias de que se poderá regressar às receitas do passado.
“Estamos a viver de empréstimos”, disse.
“Não se pode viver daquilo que não se produz”, acrescentou ao abordar ainda a pequena corrupção que disse ser resultado da corrupção ao mais alto nível.
“Do porteiro até ao chefe todos cobram o seu imposto, a sua gasosa”, denuciou, porque, acrescenteou, “o mau exemplo está no topo”.
No que diz respeito à situação dos veteranos das Forças Armadas que continuam sem receber pensões, o deputado culpou o governo por que não ter cumprido os acordos assinados.
O Governo também continua a violar os termos dos acordos ao não devolver à Unita, como foi acordado, o património imóvel confiscado durante a guerra.
Essas propriedades estão ocupadas por elementos do partido no Governo que não as devolve e “o Estado não assume as suas responsabilidades” , denunciou Adalberto da Costa Júnior para quem esta situação não contribui para a reconciliação nacional.
“Precisamos de uma nova educação para a tolerância”, disse ainda o deputado acrescentando que as declarações de tolerância que “nós ouvíamos em 2002, 2903 e 2004, dessapareceram a partir de 2005”.
No início do programa e em resposta a um tweet de um ouvinte, Adalberto da Costa Júnior disse não ser sua intensão candidatar-se à liderança do seu partido no próximo congresso da Unita.
“Não me passa tal pela cabeça”, garantiu, acrescentando que isso só poderia acontecer numa “situação extraordinária”, o que não existe actualmente.