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"O governo angolano não está a entregar terra à China" afirmou o porta voz provincial do MPLA em Luanda, Norberto Garcia.
Garcia, que é também secretário provincial para a informação e propaganda do partido no poder, respondia a um ouvinte do Cuando Cubango que disse haver notícias de que grandes áreas da sua província irão ser entregues a companhias chinesas resultando na expulsão dessas terras de cidadãos angolanos.
Anteriores noticias, não confirmadas, indicavam que como parte de garantias de empréstimos a Angola, o país iria entregar a companhias chinesas terrenos para exploração agrícola.
“Nenhuma terra está a ser entregue aos chineses”, afirmou Garcia acrescentando que existe uma “parceria estratégica” entre Angola e a China que o governo angolano quer usar para diversificar a economia do país extremamente dependente do petróleo.
Nessa óptica, notou, angolanos e chineses irão criar iniciativas conjuntas para expandir a actividade comercial angolana e beneficiar todos os angolanos.
Garcia recordou, no entanto, que em Angola “a terra é propriedade do estado” mas que o ouvinte do Cuando Cubango não devia preocupar-se com a possibilidade inexistente de ser expulso das suas terras.
O porta voz provincial do MPLA abordou também a recente detenção de várias pessoas acusadas de planearem manifestações com o objectivo de derrubarem o governo, afirmando que os mesmos “foram detidos nos termos da lei”.
Norberto Garcia notou que o estado “tem a responsabilidade” de tomar medidas quando um grupo “visa criar uma situação de conflito …para criar a instabilidade”.
O porta voz em Luanda do MPLA reconheceu, todavia, que até haver um julgamento os detidos são presumidos inocentes .
“Temos que esperar que os órgãos de justiça façam o seu trabalho”, afirmou, acrescentando que as autoridades têm o direito de manter os presos detidos “no interesse da ordem pública” .
Norberto Garcia respondeu também a alegações de intolerância e “arrogância” por parte do MPLA, afirmando que o seu partido “não discrimina”.
“Nós somos um partido para todos”, disse afirmando no entanto que pode haver “batatas podres dentro do saco” que nesse caso “devem ser retiradas”.
“Dentro de uma casa onde há muitos filhos. Há uns filhos que se portam bem e outros que se portam mal”, afirmou, acrescentando que neste último caso compete disciplinar os mal comportados.
“O MPLA tem muitos militantes”, disse afirmando ainda que o objectivo “é estar com o equilibrado”.
Norberto Garcia foi também questionado sobre a questão da transição da liderança do partido e explicou que o Comité Central irá decidir, em reunião, sobre o candidato do partido à presidência nas próximas eleições, após isso o novo líder do partido será escolhido em congresso.