Angola: Ministro da Educação quer tolerância zero ao insucesso escolar

“Tolerância Zero ao insucesso escolar no ensino primário” foi a palavra de ordem decretada pelo Ministro de Educação, Mpinda Simão, por ocasião da abertura de uma acção de formação dirigida aos diretores provinciais de educação, diretores dos institutos médios de educação e de mais gestores escolares. O certame foi promovido pelo PAT, Projecto de Aprendizagem para Todos.

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Angola: Ministro da Educação quer tolerância zero ao insucesso escolar

Para o governante, os professores não podem ser passivos perante o insucesso do aluno na sala de aulas. Mpinda Simão garante que os estabelecimentos de ensino foram concebidos para que sejam centros de êxitos alcançados com o empenho dos docentes.

As escolas são as principais áreas de actuação do PAT, um projecto que abrange todas as escolas públicas do ensino primário a nivel do território nacional.

A coordenadora do projecto, Irene Figueiredo, garante que o programa está implementado em todas as provinciais do país, onde foram criadas nos distintos municípios e bairros as chamadas Zonas de Influência Pedagógicas, que congregam várias “escolas satélites” e que têm como missão dissiminar as técnicas pedagógicas para melhoria do sistema educativo.

A respeito da implementação das Zonas de Influência Pedagógica na provínia do Uíge, Manuel Zangala, o director provincial de Educaçãogarantiu a cobertura em todos os municípios da província, por quanto, o desafio actual prende-se com o reforça das competências dos docentes.

O Ministro da Educação refere que o desenvolvimento do projecto envolve vários actores desde os professores aos técnicos séniores do sector. Mpinda Simão aponta três aspectos fundamentais que na sua óptica são as chaves do projecto. O reforço das competências pedagógicas através da formação ténicas dos professores e no que a avaliação dos alunos diz respeito são alguns destes elementos.

Segundo Mpinda Simão, um estudo realizado para implementação da reforma educativaindicou que existem alguns constrangimentos e que devem ser equacionados para que haja melhoria do sistema educativo. Entre as insufici
ências constam a gestão das escolas e o desempenho dos professores. Por esta razão, a maior preocupação do PAT prende-se com o envolvimento de todos os actores na realização das suas tarefas.

«A escola primária é um dos grandes aliceres do sistema de educação a nível do país, da sua qualidade depende a qualidade de outros níveis de ensino”, disse o titular do sector educativo para quem «é preciso que o professor seja um profissional da educação, que para além da formação académicca deve ter perícia, saber transmitir e avaliar o nível de conhecimento».

Com a implementação completa da reforma educativa o ensino primário, da 1ª à 6 ª classe, passou para o sistema de monodocência, com apenas um professor que lecciona todas as disciplinas. Esta tem sido a maior preocupação da classe docente, uma vez que, muitos professores não tiveram formação para a nova realidade educativa. Mpinda Simão reconhece as dificuldades e alerta que o seu pelouro vai insistir em admitir para a carreira docente apenas aqueles que tenham formação especializada na área.

«São questões que estão a ser equacionadas há muito tempo, por isso temos escolas de formação do Magistério primário. São estes professores que no proesso de selecção devem estar nas escolas primárias».

“Mobilização dos Actores do Sistema de Educação e de Ensino para Apoio e Acompanhamento das Acções do Projecto de Aprendizagem para Todos” é tema central da formação que decorre em Luanda, cuja aberura teve lugar de 3 à 5 de Novembro com a realização de um workshop. A acção formativa que envolve distintos técnicos do Ministério da Educação, directores de escolas primárias entre outros elementos envolvidos no processo de materialização e do projecto encerra a 24 do corrente.

O PAT é um projecto do Ministério da Educação que envolve uma parceria com o Banco Mundial, que disponibilizou 75 dos 80 milhões de dólares necessários para sua implementação.

O Projecto de Aprendizagem para Todos tem como fins melhorar os conhecimentos e as competências dos professores do ensino primário (da 1ª à 6ª classe), reforçar a gestão das escolas e desenvolver um sistema de avaliação sistemática dos alunos.