Angola: Crise alimentar continuará no Sul pelo menos até Setembro

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Seca, Huíla, Angola

Rede de Sistemas de Avisos de Fome (Fews Net na sigla inglesa) diz que 50 por cento das colheitas não atingiu a maturidade

A crise alimentar que afecta fortemente várias regiões no sudoeste de Angola há muito tempo deve continuar nos próximos meses, depois de cerca de 50 por cento da produção agrícola não ter atingido a maturidade devido a persistentes condições de seca que provocaram muitas perdas.

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O alerta está num relatório da Rede de Sistemas de Avisos de Fome (Fews Net na sigla inglesa).

“O rendimento de familias pobres deverá ser significativamente abaixo da média nas províncias do Namibe, Cunene e partes da Huíla, onde severas faltas de chuva marcaram o ano agricola 2021/2022”, lê-se no documento que mantém a previsão de que até Setembro a situação alimentar continuará difícil para os agregados familiares" naquelas províncias.

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No Cuando Cubango, haverá uma situaçao “um pouco melhor mais ainda grave devido a melhores perspectivas de chuvas anteriores de meia-estação”, diz o documento a que a VOA teve acesso.

No restante de Angola, a maioria das famílias que têm acesso a colheitas sazonais de alimentos através da produção própria e/ou compras no mercado, “utilizarão as suas estratégias de subsistência típicas e serão capazes de atender às suas necessidades alimentares básicas”, ainda segundo a Fews Net.

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Fortalecimento do Kwanza

A organização escreve que grande parte da recuperação económica de Angola deve-se ao contínuo fortalecimento do kwanza face ao dólar americano desde Abril de 2021, “de tal forma que a moeda ultrapassou agora o seu valor pré-pandémico (483 kwanzas por cada dólar), registado a 16 de março de 2020, em comparação com os 414 kwanzas o dólar registados a 24 de Maio de 2022.

“Esta tendência de valorização sustentada, em grande parte devido aos altos preços do petróleo, amorteceu efectivamente o impacto do aumento simultâneo dos preços globais dos alimentos”, escreve a rede que projecta uma maior valorização da moeda angolana, bem como o aumento do preço e da produção do petróleo, enquanto as próximas colheitas, subsídios e impostos mais baixos sobre bens básicos desacelerarão ainda mais a inflação”, conclui o documento da Fews. Net.

Especialistas e organizações internacionais consideram que a Angola vive no último ano uma das mais severas secas em 40 anos.