No momento em que o Presidente angolano realiza a sua segunda visita oficial da China, desde que foi eleito, em 2017, especialistas em Luanda chamam a atenção das autoridades para o acumular da divida com os chineses.
Os resultados da visita de João Lourenço ao maior credor económico, a República Popular da China, são aguardados com expetativa reservada, quer por angolanos, quer pela comunidade internacional.
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Alguns observadores políticos afirmam que a liderança chinesa está descontente com as autoridades angolanas por causa da nova "paixão" americana de João Lourenço, que tem causado muitos amargos de boca.
De acordo com dados do Banco Nacional de Angola, a dívida do país com a China, situa-se agora nos 18, 4 mil milhões de dólares, que corresponde a 37% da dívida total, e as nossa fontes revelam que nos últimos quatro anos, Angola terá pago apenas em capital, quatro mil milhões de dólares ao gigante asiático.
Veja Também Lourenço pede mais investimentos chineses mas sem petróleo como moeda de trocaAinda segundo fontes a que a Voz da América teve acesso, em março, Angola terá de pagar uma tranche da dívida com a China e o país está a levar a cabo uma política de retenção de divisas, precisamente para cumprir os prazos e os valores da liquidação previamente definida.
O Presidente angolano, entretanto, anunciou na sexta-feira, 15, em Pequim, ter conseguido “desbloquear em grande medida os constrangimentos apresentados por Angola relativamente aos compromissos com bancos e instituições credoras chinesas".
Veja Também Dívida angolana e geopolítica marcam visita de João Lourenço à ChinaOutro assunto que pode beliscar as relações bilaterais entre os dois países tem a ver com a ocorrência de várias denúncias sobre o envolvimento de cidadãos chineses na prática de crimes diversos, alguns dos quais com a conivência de angolanos.
Em Luanda, a Voz da América falou com o analista político Albino Pakisi, o economista e presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes e o especialista em relações internacionais, Nkimkinamo Tussamba.