Angola-China: Novos Contornos Políticos da Cooperação Militar

  • Alexandre Neto

Construção civil chinesa em Luanda

A abertura de um novo capítulo das relações entre os dois países.

A vinda a Angola do General Chen Bingde do Exército de Libertação do Povo da China e a assinatura do Acordo de entrega de bens de equipamento informático rubricado nesta quarta-feira é visto por observadores atentos ao dossier como a abertura de um novo capítulo das relações entre os dois países.
Os desenvolvimentos no domínio militar ou com eles relacionados começam gradualmente a sair da discrição para tomar contornos públicos revelou a fonte por nós contactada.

Depois de iniciais contestações, os chineses diga-se em abono da verdade, passaram a ser mais tolerados pelos Angolanos de um modo geral, devido a sua associação a criação de infra-estruturas pelo país.
A facilidade com se adaptam as condições locais fazem-nos presentes nos mais recônditos cantos do território. Embora em números nem sempre determinados a presença chinesa em Angola tem-se acentuado através do pequeno-médio comércio, na construção civil, ou até na exploração petrolífera na sequência do bilionário acordo de empréstimo feito pelo gigante asiático.

Nem sempre sujeitos de controlo pelos órgãos formais do Estado como a Assembleia Nacional e outros, o negócio parece gozar de grandes aberturas num mercado com níveis altos de procura em bens e serviços.

Por conta do Gabinete de Reconstrução Nacional afecto a presidência da República, entretanto já de pouco protagonismo na sequência das remodelações governamentais registadas na sequência da nova constituição, dezenas de milhares de chineses são referidos como tendo passado por Angola. Aquando do Acordo para o empréstimo inicialmente avaliado em 2 biliões de dólares, suspeitava que a implantação de chineses em Angola tinha sido fixada como condição o que entretanto não foi confirmado até ao momento. As cláusulas do agreement continuam a não ser do domínio público até hoje.

A reposição das linhas das três principais vias Ferroviárias cujos prazos para execução da obra venceram há três anos sensivelmente, a construção de um novo aeroporto em Luanda, além doutras empreitadas de pequeno porte fazem o alistamento das obras financiadas com o empréstimo em troca de remessas de petróleo.
Nas declarações que prestou a imprensa pouco depois do encontro havido, Francisco Pereira Furtado chefe do Estado Maior General das FAA admitiu a possibilidade da China vir a participar nos esforços de reequipamento e modernização das tropas angolanas sem especificar as áreas.
Da reconstrução do país actualmente em curso é indissociável o protagonismo que as autoridades buscam enquanto potencia nesta região Austral sendo com naturalidade que a edificação de uma indústria militar esteja na forja.
A presença desta delegação chinesa com o impacto mediático que dela se apoderou é apenas mais uma sendo que a cooperação entre os dois países no domínio militar sobretudo no que toca a formação de quadros já é mais adulta do que há conhecimento público.