O Centro de Imprensa da Presidência da República vulgarmente chamado de CIPRA, prevê gastar segundo a imprensa angolana mais de setecentos mil dólares norte-americanos, em consultoria, estudos de opinião e captação de "Know-how" neste ano de 2024.
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Especialistas em comunicação consideram um exagero o valor e desnecessário a existência do CIPRA mas há quem pensa o contrário.
O CIPRA é uma estrutura que veio em substituição do então GRECIMA que se ocupava da recolha e divulgação e assessoria das actividades do governo na era do antigo presidente José Eduardo dos Santos, e que foi abalada por escandâlos que levaram à prisão do seu dirigente Manuel Rabelais.
O CIPRA já no consulado de João Lourenço tem quase as mesmas atribuições.
O veterano e antigo líder associativo dos jornalistas Avelino Miguel julga que não faz qualquer sentido a existência do CIPRA
"Essa estrutura no fundo serve apenas para divulgação de propaganda do executivo que é bastante oneroso neste momento em que o País precisa de recursos e não vejo justificação para uma estrutura como o CIPRA, não faz qualquer sentido", disse
Makuta Nkondo, antigo deputado à Assembleia Nacional, também jornalista, tem o mesmo entendimento.
"Este Centro de Imprensa da Presidência gasta tanto dinheiro e ninguém tem acesso a este CIPRA", disse.
"Isto só resulta da ausência de democracia no País onde se confunde tudo, eu só ouvi isto aqui em Angola, nunca ouvi coisa igual noutras partes do mundo", acrescentou
O jornalista Francisco Pedro um dos responsáveis pela Rádio estatal angolana considera normal a existência de um centro de imprensa da presidência da república
"É sim pertinente a existência do CIPRA e esta estrutura existe em vários países do mundo com a diferença de que nuns países é mais visível e noutros não," afirmou
Quanto à quantia atribuída ao CIPRA, Francisco Pedro pensa exactamente o contrário, do aqueles que criticam o montante.
"Pode-se pensar que é muito dinheiro mas na verdade com este dinheiro pouco ou nada se faz, o CIPRA na minha opinião é o parente pobre da presidência da república", disse.
"Eu acho que o dinheiro que recebe ainda é pouco, considero mesmo uma
"pechincha"", acrescentou
Carlos Rosado é economista de formação acredita no entanto que o valor atribuído ao CIPRA é um exagero.
"O que me faz mais confusão são os valores envolvidos, o orçamento do CIPRA é uma coisa incrível, eu não conheço
nenhum ministério ou governo com orçamento idêntico ao do CIPRA, o estatuto que o CIPRA tem aqui não se justifica, só em países
como o nosso de propaganda, de culto de personalidade é que se justifica isto", acrescentou
A VOA tentou o contacto com o secretário, para comunicação institucional da presidência Luís Fernando mas não fomos bem sucedidos.