A Associação Nacional de Estudantes Universitários com Deficiência (ANEUD) de Angola lançou nesta semana a campanha "Eleições inclusiva e voto acessível" visando uma maior visibilidade política das pessoas com deficiência durante este período eleitoral.
A inicativa surge, segundo a ANEUD, por estar a acompanhar e a registar minuciosamente os contornos do processo eleitoral marcados pelos discursos políticos e pelas listas de candidatos a deputados dos partidos políticos e coligação de partidos políticos que não se alinham com os interesses de pessoas com deficiência de se verem representadas a nível do Parlamento.
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É que os representantes dessa minoria são colocados em posição de inelegibilidade.
A campanha prevê inquéritos e debates em todo país dos quais serão retiradas conclusões a serem remetidas aos partidos políticos e outras instituições públicas angolanas.
“Não há qualquer acto de inclusão, não vemos nem na assembleia nem no executivo pessoas com defiência”, afirma Pedro Manuel, presidente daquela associação.
Manuel lembra que as eleições constituem-se na oportunidade única e soberana que “o país tem de começar a dar passos concretos na promoção e no respeito da diversidade e inclusão, pilares da nossa democracia participativa, inserindo as minorias no centro do poder”.
Aquele responsável associativo acrescenta que a a ANEUD vai “acompanhar o desfecho das listas de candidatos de todos partidos concorrentes às eleições para aferir o grau de inclusão de pessoas, apoiar e defender iniciativas de pessoas com deficiência que se recusem a ser instrumentalizados pelos partidos políticos ou coligação de partidos políticos, introduzindo seus nomes nas listas em posições não elegíveis apenas para captação de votos do eleitorado com deficiência".
Os principais partidos políticos, MPLA, UNITA, CASA-CE e Bloco Democrático, têm sido acusados de instrumentalizarem pessoas com deficiência, colocando-as em posições inelegíveis nas suas listas eleitorais.
De recordar que o activista Adão Ramos, pessoa com dificiência, pediu mesmo a retirada do seu nome da lista de candidatos do Bloco Democrático por esse motivo, mas o partido nega qualquer discriminação