Empresas de vários ramos de actividade dizem que estão prontas a iniciar exportações para países vizinhos.
Para isso, contudo, pedem que sejam concluídas as ligações do caminho-de-ferro de Benguela com o exterior, mas há desacordos sobre essa questão.
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A Cimenfort chega ao Luau, província do Moxico, com 400 toneladas de cimento por semana.
Com uma produção de 20 mil toneladas por mês, metade do que fornecia até à chegada da crise, a cimenteira localizada entre as cidades de Benguela e do Lobito quer mais.
O gerente de projectos Guilherme Paiva ressalta que a falta de divisas está a provocar embaraços, mas salienta que o futuro pode ser promissor, até pela existência de um ‘gigante’ ferroviário.
‘’A fábrica já está preparada para trabalhar com o CFB desde 2012, mas depende do equipamento rolante e pouco mais para chegar à fronteira’’, salienta Paiva, acrescentando que a conclusão do projecto ferroviário vai abastecer o interior do país e, seguramente, até ao Congo Democrático.
A olhar para a exportação estão também os homens do sal.
Manuel Rodrigues, membro da Associação de Produtores de Angola, diz que a realidade de Benguela, província que garante 45 mil toneladas por ano, pode encorajar a luta pelo fim das importações.
‘‘Benguela tem um enorme potencial, muita água, muita terra e um bom clima, pelo que pode rapidamente chegar às 700 mil toneladas por ano”, disse.
“Com esta cifra, pode deixar 200 mil toneladas, que são as necessidades internas, e exportar o excedente para países vizinhos’’, acrescentou aquele empresário.
Angola e os chamados "países encravados", a República Democrática do Congo e a Zâmbia, não se entendem em relação às responsabilidades financeiras de cada um para a construção do ramal a partir do Moxico.
Esta situação empurra para a insignificância o Terminal Minério do Lobito, orçado em mais de 500 milhões de dólares.