Angola está a bater em todas as portas à procura de fundos, afirma uma análise da Economsit Intelligence Unit, da prestigiosa revista Economist , acrescentando que o governo do país está a fazer cada vez mais uso da repressão para fazer face à crescente crise económica.
Essa crise, diz o estudo, é pior do que dizem as autoridades.
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O estudo afirma que o governo deixou de pagar as suas contas depois de cortar 15 mil milhões de dólares às despesas, o equivalente a todo o orçamento para infra-estruturas.
O despedimento de trabalhadores nas empresas de construção está a ocorrer a um ritmo sem precedentes, os fornecedores de equipamento pesado dizem que as encomendas caíram em dois terços, as embaixadas estrangeiras afirmam ter havido uma queda dramática nas importações e as empresas públicas receberam instruções para cortar custos em 30 por cento, acrescenta o estudo.
A resposta do governo, diz a Economist Intelligence Unit, foi o lançamento da “maior campanha de propaganda desde os tempos coloniais com a colocação de incontáveis cartazes celebrando o que resta do milagre económico”.
Na análise o Economist acrescenta que “a principal segurança do governo contra a insurreição é a fadiga geral e a violência”.
Entretanto a moeda nacional, o Kwanza, continua em queda ultrapassando a barreira dos 120 Kwanzas por dólar nos bancos comercias. Só entre Quinta e Sexta-feira a moeda caiu seis por cento.
No mercado informal o dólar esta a ser vendido a cerca de 180 Kwanzas.
O Banco Nacional de Angola está a tentar travar a crise cambial no país aumentando a entrega de câmbios aos bancos. Na última semana o volume de venda de divisas à banca comercial aumentou em mais de 134 por cento para 936 milhões de dólares.
A injecção de divisas na banca comercial angolana na primeira semana de Junho representa uma quantia máxima este ano, sendo mais do dobro da semana anterior quando foram injectados 400 milhões de dólares.
Isto reflecte uma decisão do banco de tomar medidas para descomprimir a crise cambial do ano.
O governador do Banco Central reconheceu no final de Maio que a redução em 30 por cento na injecção de divisas por parte do mesmo banco afecta a actividade empresarial e poderia resultar numa situação de roturas de stocks. Daí a necessidade de injectar mais câmbios nos bancos comerciais
Com efeito alguns empresários têm estado a admitir a possibilidade de pararem a produção devido à falta de matérias primas.