O tribunal português que julga o processo Operação Fizz emitiu, na sexta-feira, 2, um mandado de detenção para notificar Manuel Vicente, o que os advogados do ex-vice-presidente angolano consideram estranho.
Citados pela imprensa portuguesa, os advogados de Vicente disseram que tomaram conhecimento do mandado de detenção através da comunicação social e vão analisar e tomar posição nas instâncias devidas.
A decisão de notificar Vicente terá surgido depois do Ministério Público ter sido informado, através da PSP, da possibilidade de Manuel Vicente se deslocar a Portugal.
Tal ordem é válida apenas para este fim-de-semana, e segundo a mesmo Vicente deveria prestar o Termo de Identidade e Residência, com indicação de morada em Portugal.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, PSP e Polícia Judiciária foram comunicados para os devidos efeitos.
O mandado de detenção é emitido após o ministério público português ter, em Janeiro, aceite separar o processo de julgamento, que envolve o ex-vice-presidente angolano, no âmbito da "operação fizz".
A separação foi tida como sinal de flexibilidade, depois de Angola ter respondido a carta rogatória das autoridades portuguesas.
Manuel Vicente é acusado no processo que decorre na justiça portuguesa de ter corrompido o antigo procurador Orlando Figueira para que o então procurador arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.
O processo que envolve Vicente causa tensão diplomática entre Luanda e Lisboa.