O Presidente angolano aprovou uma despesa de 93,1 milhões de dólares norte-americanos para a aquisição de drones turcos no âmbito dos acordos de cooperação no domínio da defesa e segurança entre Angola e a Turquia.
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Políticos e analistas da VOA dizem, entretanto, que as despesas militares não podem pôr em causa o combate à fome e a pobreza nem a modernização das Forças Armadas Angolanas (FAA) deve ser feita à custa do sofrimento da população.
O despacho presidencial considera a medida como sendo “de grande impacto, com vista à melhoria substancial e concreta das condições sociais e económicas das populações em geral”.
O académico João Lukombo Nzatuzola considera que apesar de ser importante que o país reforce a sua capacidade militar s gastos para o sector não podem ser exagerados.
“Não podemos ser belicistas e gastar dinheiro só para a defesa”, afirma Lukombo que reconhece, ainda assim, que o país precisa se prevenir contra a ocorrência de rebeliões armadas internas, de golpes de Estado e da expansão do terrorismo que se assiste um pouco por todo o continente africano.
O deputado da UNITA Joaquim Nafoia também diz estar de acordo com a modernização das FAA, mas adverte que elas “não podem ser reequipadas à custa do sofrimento do povo”.
“A prioridade neste momento deve ser para o problema da fome e deve haver equilíbrio entre as despesas militares e os problemas sociais das nossas populações”, defende aquele político.
Ele também concorda com a necessidade de se substituir o armamento obsoleto por armas modernas “a seguir o exemplo dos países vizinhos de Angola”.
Por sua vez, o advogado Pedro Capracata entende que a compra, por Angola, de equipamento militar a um país membro da NATO se inscreve no novo alinhamento político com o ocidente, adoptado na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.
Capracata diz também que o contributo para o aumento da capacidade militar de Angola, permite à Turquia encontrar zonas de influência política e económica em África.
Os custos económicos em causa foram aprovados num despacho assinado pelo Presidente da República que dá conta da aquisição de Sistemas de Veículos Aéreos Não Tripulados, no âmbito de contrato entre a empresa pública SIMPORTEX e a Turkish Aerospace, que prevê também a prestação de serviços e o respectivo suporte logístico integrado.