Analistas moçambicanos subscrevem o relatório da Amnistia Internacional (AI) que denuncia violações dos direitos humanos no país e acusam o Gvoerno de alocar maior dotação orçamental àquilo que consideram forças repressivas.
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No seu Relatório Anual sobre os Direitos Humanos em África, a AI diz que em 2019 Moçambique viveu momentos turbulentos marcados por instabilidade política armada impune contra a população e represssão da liberdade de expressão e associação.
"Concoramos plenamente com o relatório e subscrevemos o está lá escrito, porque o que nós estamos a ver é um movimento sistemático de silenciamento de pessoas que exercem a liberdade de expressão", acusa Adriano Nuvunga, diretor do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD).
Nuvunga enquadra o recente assassinato do observador eleitoral Anastácio Matavele, na província de Gaza, nos esforços "do poder político para se manter no poder, através da ameaça e silenciamento de pessoas".
"Em relação ao norte do país, claramente, há um número cada vez crescente de pessoas deslocadas internamente que não estão a ter qualquer tipo de assistência por parte do Estado", realçao director do CDD, acrescentando que "o Estado continua silencioso em relação às atrocidades que estamos a assistir no dia-a-dia".
A AI critica ainda no seu relatório a resposta das autoridades moçambicanas a uma série de atrocidades que perturbam os indefesos, com destaque para os ataques armados no centro e norte do país.
Para o jurista Armando Nenane, o Estado não investe na proteção dos indefesos e vulneráveis, "pelo contrário há maior dotação orçamental para as forças repressivas, e aí aparece um Estado mais baseado no uso da força e da intimidação, do que um Estado que investe na investigação criminal".
Por seu turno, o jornalista Alexandre Chiúre, diz que em Cabo Delgado "continua a perseguição de profissionais da imprensa que tentam reportar sobre os ataques perpetrados por insurgentes em alguns distritos daquela província.
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