Analistas dizem que o que aconteceu no Burquina Faso pode repetir-se em Angola

Protestos em Burquina Faso

Participantes num debate vêem semelhanças entre as duas realidades.

Os últimos acontecimentos que se registaram no Burquina Faso e que culminaram com a deposição do presidente Blaise Kampaore depois de 27 anos no poder podem ter lugar em Angola, caso o MPLA não alterar a sua forma de agir, defendem os analistas políticos da rádio Despertar. Os analistas consideram que a realidade dos factos no Burquina Faso não se diferem muito da angolana.

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Analistas dizem que o que a aconteceu no Burquina Faso pode repetir-se em Angola - 1:56

O analista da Despertar e secretário para Informação do PRS Joaquim Nafoia pediu ao Presidente da República a ficar atento ao que se passa no Burquina Faso: "O nosso presidente deve tirar algumas lições porque todos os ditadores terminam desta forma, como aconteceu a Hosni Mubarak, Mobutu, Ben Aly, Khadafi, se o MPLA não se prevenir isso pode acontecer em Angola", disse.

O dirigente do PRS sustenta a sua afirmação nos seguintes argumentos. "Nós estamos numa ditadura efectiva, os activistas cívicos são assassinados, não se permitem manifestações, os jovens são torturados e presos, os debates parlamentares não são transmitidos, enfim, o presidente já fez o que o outro tentou fazer no Burquina Faso, alterou a Constituição com o acórdão de 2005 do Tribunal Supremo que dizia que José Eduardo dos Santos ainda não tinha cumprido nenhum mandato no poder quer dizer que o seu mandato só começou em 2005"

No mesmo debate, esses argumentos foram reiterados pelo politólogo Antonio Saúde Cabina, para quem “também em Angola temos problemas de longevidade do Presidente da República com manobras constitucionais para se manter no poder, também o nosso presidente esta está rebocado nas legislativas talvez temendo que em eleições separadas perderia; no Burquina Faso o outro tentou fazer a mesma coisa só que o povo lá não deixou".

Para o jornalista e analista Alexandre Solombe, é preferível que ocorra o mesmo em Angola para acabar com as humilhações sofridas.