Analistas dizem que Filipe Nyusi tem agora de "mostrar serviço"

Eleito presidente da Frelimo com 99 por cento

Nyusi si reforçado do congresso da Frelimo

Em Moçambique, alguns analistas dizem que o XI congresso da Frelimo, concluído na madrugada desta segunda-feira, 2, reforçou o capital político de Filipe Nyusi, o que o obriga a fazer rupturas, ou a sociedade vai forçar a mudança de outra maneira.

Your browser doesn’t support HTML5

Analistas dizem que Filipe Nyusi tem agora de "mostrar serviço"

Filipe Nyusi foi reeleito Presidente da Frelimo com mais de 99 por cento dos votos dos congressistas, o que, na opinião de alguns analistas, faz com que a sociedade esteja expectante em ver o que é que vai acontecer depois desta eleição.

Nyusi tem também à sua altura os principais órgãos do partido, nomeadamente, a Comissão Política, o Comité Central e o respectivo secretariado, entre outros, e dos quais saíram nomes sonantes como os de Pascoal Mocumbi e Teodato Hunguana.

Daqueles órgãos saíram também Alberto Vaquina, antigo primeiro-ministro, Cadmiel Muthemba, e José Pacheco, actual ministro da Agricultura e Carvalho Muária, entre outros que faziam parte do consulado do Presidente Armando Guebuza. Guebuza que, entretanto, foi proclamado presidente honorário da Frelimo .

Roque Silva, actual vice-ministro da Administração Estatal, instituição que lida com a questão da descentralização, foi eleito secretário-geral, em substituição de Eliseu Machava.

No núcleo duro da Frelimo, a Comissão Política, mantêm-se muitos dos históricos do Partido, entre os quais se destacam Alberto Chipande, Raimundo Pachinuapa, (estes dois tidos como "propostas" de Filipe Nyusi), Alcinda Abreu e Verónica Macamo, a quem se juntaram Carlos Agostinho do Rosário, actual primeiro-ministro, Aires Aly, ex-primeiro-ministr, Nyelete Mondlane, vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Basílo Monteiro, ministro do Interior e Ana Rita Sithole.

O sociólogo Hélder Jawane diz ser importante que, em função dos resultados destas eleições, a Frelimo reaja muito rapidamente porque colocam-se ao seu Presidente grandes desafios.

Para a analista Éssita Sigaúque, Filipe Nyusi tem de romper com a inércia, com o burocratismo e com a corrupção, "e agora o Presidente não tem desculpas para não romper, porque o que o povo demanda da Frelimo são acções concretas".

Por seu turno, Tomás Salomão, quadro sénior da Frelimo e antigo Secretário Executivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, SADC, considera que esforços têm que ser feitos para que o País seja capaz de dizer que nos próximos cinco anos "nós vamos reduzir ou eliminar as importações de produtos básicos para a nossa própria sobrevivência, e assumirmos a responsabilidade e a coragem de o fazer".