Em Moçambique, na celebração do Dia Internacional da Floresta, que se assinala nesta terça-feira, 21, alguns analistas criticam a campanha lançada pelo Governo contra a exploração ilegal da madeira e alertam para resultados preversos, colocando em causa o funcionamento do Estado.
Há bastante tempo que se vem falando na exploração ilegal da madeira no país, envolvendo algumas figuras e empresas nacionais e estrangeiras, sobretudo chinesas, mas o seu combate tem sido muito difícil.
O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvovimento Rural, lançou recentemente a chamada "Operação Tronco", visando combater a delapidação do património florestal por operadores actuando à margem da lei.
No âmbito desta operação, o Governo previa o rastreio de 700 mil metros cúbicos de madeira ilegal, avaliada em 20 mil milhões de meticais, a moeda moçambicana.
O analista Moisés Mabunda interroga-se por que é que o país deve funcionar via campanha, para depois realçar que "em países normais, não ouvimos que há campanhas disto ou daquilo, mas penso que é preciso reflectir, profundamente, sobre como o nosso Estado funciona".
A "Operação Tronco" centrou-se nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, no norte de Moçambique, e Zambézia, Manica, Tete e Sofala, no centro, tidas como as principais detentoras de recursos florestais no país.
Entre as irregularidades detectadas figuram o abate de árvores sem a observância dos diâmetros recomendados, 30 a 40 centimetros, e o corte de madeira acima das quotas atribuidas.