A Procuradora-Geral da República de Moçambique reconheceu que o país regista casos de suspeita de introdução no sistema financeiro de valores monetários de proveniência ilícita, através de esquemas que configuram o branqueamento de capitais.
Analistas vão mais longe e dizem que o problema é real e preocupante.
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Beatriz Buchili explicou que, para o efeito, "introduzem no sistema financeiro, valores monetários provenientes de actividades criminosas da mais diversa natureza, nomeadamente, desvio de fundos do Estado, raptos e tráfico de drogas e espécies protegidas, investindo, subsequentemente, em projectos económicos no país e/ou no estrangeiro, em benefício próprio ou de terceiros, causando repercussões negativas, tanto a nível social como económico
Mas para o analista Laurindos Macuácua, este problema é antigo e recorda que há mais de cinco anos, o antigo Procurador-Geral da República havia feito referência a este fenómeno, no seu informe ao parlamento, afirmando "que muitas das mansões que se vêm na cidade de Maputo e arredores foram financiadas com dinheiro ilícito".
Por seu turno, o analista Fernando Mbanze afirma serem vários os casos de branqueamento de capitais no país, entre os quais os indivíduos encontrados com largas somas de dinheiro vivo ao tentarem atravessar a fronteira para países vizinhos e raptos de cidadãos "em que depois se exigem resgates milionários. Esse dinheiro entra no sistema financeiro de forma ilícita".