Um pesquisa da Amnistia Internacional (AI) revelou nesta quarta-feira, 27, que pelo menos 11 pessoas foram mortas pela polícia brasileira desde o início de Abril.
A 100 dias do início dos Jogos Olímpicos Rio 2016, aquela organização de defesa dos direitos humanos disse que, em 2015, 307 pessoas morreram nas mãos dos militares na capital, um em cada cinco homicídios teriam sido cometidos por policiais em serviço.
O director executivo da AI criticou o aumento das mortes em decorrência de operações policiais no Rio de Janeiro.
“Apesar da promessa de legado de uma cidade segura para sediar os Jogos Olímpicos, as mortes decorrentes de operações policiais têm crescido progressivamente nos últimos anos no Rio”, afirmou Atila Roque.
Falta de investigação
Aquele responsável ressaltou ainda a falta de investigação dos homicídios cometidos pela polícia, a ausência de uma regulamentação de armas menos letais e a falha no treino dos agentes.
“Ainda há tempo nos próximos 100 dias para que as autoridades e o comité organizador dos Jogos Olímpicos assegurem que nenhuma operação policial viole os direitos humanos. A nossa expectativa é que as forças policiais do Rio de Janeiro abordem as questões de segurança pública de forma preventiva, preservando o direito à vida em vez de adotar a estratégia de atirar primeiro, perguntar depois”, alertou Atila Roque.
De acordo com os dados da AI, há um aumento no uso desnecessário e excessivo da força pela polícia no Estado do Rio de Janeiro.
Vítimas nas favelas
As vítimas são maioritariamente jovens, negros, moradores de favelas e periferias.
No ano de 2014, quando o Brasil sediou o Mundial de Futebol, a polícia matou 580 pessoas, 40 por cento mais do que em 2013.
Em 2015, foram 645 mortos.
A repressão policial aos protestos é outra preocupação às vésperas das Olimpíadas para a AI.
“Dois anos após a realização do Mundial, quando a AI denunciou casos de uso excessivo e desproporcional da força durante protestos, incluindo a má utilização de armas menos letais, nenhuma medida efectiva foi tomada para evitar futuros abusos”, concluiu Roque.