A organização de defesa de direitos humanos Amnistia Internacional (AI) pede ao governo de Moçambique para proteger a população vítima de ataques de insurgentes, na província de Cabo Delgado, norte do país.
O pedido foi feito após a tomada do distrito de Mocímboa da Praia, nesta segunda-feira, 23, por um grupo de insurgentes localmente designado Al Shabab, cujo rescaldo não foi divulgado pelas autoridades.
A escalada da violência em Mocimboa da Praia é o culminar do trágico fracasso do governo moçambicano em proteger as pessoas nesta área volátilMuleya Mwananyanda, diretora-adjunta da AI – Africa Austral.
"As autoridades devem tomar ações imediatas e eficazes para proteger todos na região, incluindo medidas segurança e investigação de todos os ataques recentes, com o objetivo de levar os suspeitos autores à justiça," diz em comunicado Muleya Mwananyanda, diretora-adjunta da AI – África Austral.
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Imagens tiradas por populares e partilhadas nas redes sociais mostram viaturas e infraestruturas vandalizadas ao longo desta segunda-feira, na Mocímboa da Praia, pelo grupo que atacou a vila na madrugada.
Testemunhas citadas pela imprensa moçambicana dizem que os atacantes gritavam palavras de ordem e tinham bandeiras pretas com escritas em árabe. Exibição de bandeiras foi igualmente mencionada pelas autoridades.
Os ataques na região iniciaram em Outubro de 2017. Especialistas reportam que mais 350 pessoas foram mortas e centenas de casas de população pobre incendiadas. As mortes têm sido por decapitação.
Veja Também Ataques do Estado Islâmico aumentam em MoçambiquePara Mwananyanda, a escalada da violência em Mocímboa da Praia “é o culminar do trágico fracasso do governo moçambicano em proteger as pessoas nesta área volátil.
Ela diz que os ataques são agravadas pelo “fato de o governo moçambicano impedir o acesso de jornalistas, pesquisadores e observadores estrangeiros para avaliar a situação”.