A Amnistia Internacional pediu nesta terça-feira a libertação imediata do preso de consciência Luaty Beirão, detido em Angola a 20 de Junho e em greve de fome há 29 dias.
Num comunicado divulgado hoje, a organização de defesa dos direitos humanos revelou que a petição a favor da libertação de Beirão já conseguiu cerca de 31 mil assinaturas.
“A manutenção do preso de consciência Luaty Beirão é um exemplo chocante de até onde as autoridades angolanas vão para suprimir a dissidência”, disse Deprose Muchena, director da Amnistia Internacional(AI) para a África Austral, na véspera do activista completar um mês de greve de fome.
Aquele responsável diz acreditar que a saúde de Luaty “está agora em estado crítico e que a sua vida pode estar em risco”.
Para Muchena, a prisão de Luaty “foi uma afronta à liberdade de expressão e, agora, as autoridades parecem decididas a completar essa injustiça chocante ao mantê-lo na prisão”.
"Todas as acusações contra Luaty e os seus companheiros devem ser descartadas e devem ser libertados imediata e incondicionalmente”, continua a AI, que lembra que “o grupo nunca deveria ter sido preso”, por estar a exercer “pacificamente o seu direito à liberdade de expressão, associação e reunião”.
De acordo com a AI, neste mês Luaty bebeu apenas água misturada com sal e açúcar fornecida por sua família e enfrenta dificuldades para ingerir líquidos e andar.
"Os 15 ativistas não cometeram nenhum crime e foram presos unicamente por exercerem o seu direito à liberdade de expressão”, continua Deprose Muchena, que acusa o Governo angolano de estar dedicido a “esmagar a dissidência”, reiterando que como presos de consciência devem ser libertados.
Recorde-se que o julgamento dos 17 activistas – 15 detidos e duas em liberdade – realiza-se de 16 a 20 de Novembro.
Entretanto, os advogados de defesa dos activistas Luís Nascimento e Walter Tondela vão se reunir esta terça-feira com Luaty Beirão para tentar convencê-lo a suspender a greve de fome.
Nascimento disse que a marcação da julgamento pode dar "um novo ânimo" a Beirão que, apesar de se encontrar estável, perdeu 15 quilos no último mês.
A reunião acontece na clínica privada Girassol onde Beirão encontra-se internado e os advogados esperam demover o activista da decisão de manter a greve de fome.
Hoje, em entrevista à VOA a esposa de Beirão, Mónica Almeida, reiterou que ele se encontra firme na sua posição.