Amnistia Internacional insta autoridades moçambicanas a parar os ataques em Cabo Delgado

AI que autores na justiça

Organização lembra que 37 pessoas morreram nas últimas semanas em Moçambique

A Amnistia Internacional (AI) instou “as autoridades moçambicanas a tomarem medidas imediatas para acabar com os assassinatos na província de Cabo Delgado, que viu pelo menos 37 pessoas serem brutalmente mortas por um grupo conhecido como Al-Shabab nas últimas semanas”.

Num comunicado divulgado nesta quinta-feira, 7, aquela organização de defesa dos direitos humanos acrescenta que um número crescente de pessoas está a fugir das suas casas com medo do grupo, que não tem ligação conhecida com o grupo armado da Somália, que tem o mesmo nome.”

A AI pede que “os autores sejam levados à justiça.

A reacção acontece horas depois de um ataque na noite de ontem na aldeia de Namaculo, no distrito de Quissanga.

“Testemunhas disseram à Amnistia Internacional que cerca de 10 pessoas foram atacadas até morte e que um número indeterminado de casas foi queimado quando os atacantes invadiram a vila”, que, continua, agora está vazia.

“As formas macabras pelas quais esses assassinatos são realizados mostram a intenção desse grupo de semear o medo entre os civis. As autoridades moçambicanas devem tomar medidas imediatas e efectivas para acabar com os assassinatos, através do reforço das medidas de segurança para proteger os moradores da região e de investigações sobre os recentes ataques visando levar os suspeitos à justiça”, exige a AI.

Na semana passada, as forças armadas moçambicanas mataram nove supostos membros do 'Al-Shabab' num ataque no distrito de Palma, onde o grupo decapitara recentemente 10 pessoas, duas das quais crianças.

“A Amnistia Internacional apela às autoridades moçambicanas a levarem os autores desses actos ao tribunal em julgamentos justos”, concluiu a organização de defesa dos direitos humanos.