Especialistas angolanos consideram importante a eliminação do plástico no país mas defendem que há outras prioridades para as quais o Governo deve virar as suas atenções.
Esta reacção surge à decisão do Presidente João Lourenço de criar um grupo de trabalho para elaborar um Plano Nacional de Banimento dos Plásticos, a ser coordenado pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República.
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O Despacho Presidencial, datado de 29 de Dezembro, justifica a intenção com os "preocupantes índices de poluição decorrentes da utilização dos plásticos em geral, cujo modo de produção e utilização não encontra regulação na legislação interna”.
Sem números, o documento evoca a necessidade de o país “fazer face à degradação ambiental e regular o modo de produção e utilização destes produtos”.
Para o ambientalista Bernardo Castro, “erosões e inundações impactam mais e com maior intensidade a vida das populações do que o plástico.”
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Castro diz que "existe uma escala de prioridades que já foram estabelecidas dentro do Programa da Acção Nacional para a Adaptação Climática que não têm sido materializadas”.
Por sua vez, o economista Estevão Gomes entende ser “uma mais valia” a preservação do ambiente e das espécies marinhas , mas chama à atenção para a necessidade de se “amenizar os efeitos colaterais do plástico sobre o ambiente e velar pela qualidade de vida das populações.”
O grupo de trabalho multidisciplinar criado pelo Presidente da República integra os ministros do Ambiente, Economia e Planeamento, Administração do Território, Educação e Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.
A ambientalista Fernanda Renée Ulombe Samuel, membro do Conselho da República, figura entre representantes de associações empresariais e da classe académica e dos órgãos de apoio à vice-presidência da República.