O activista russo e principal crítico do Presidente russo, Alexei Navalny, foi condenado nesta terça-feira, 2, a dois anos e seis meses na prisão por violar uma liberdade condicional da pena a que foi condenado em 2014 por fraude.
Condenado a três anos e meio de prisão, chegou a cumprir 12 meses em casa, mas agora o tribunal considerou que Navalny não se apresentou regularmente ao Serviço Penitenciário Federal e condenou a ir para a cadeia até ao final da pena.
O principal opositor de Vladimir Putin foi preso a 17 de janeiro quando regressou da Alemanha, para onde seguiu em Agosto para tratar a um envenenamento de que foi alvo, segundo Navalny, por ordem do regime.
O Presidente nega, tendo dito no fim de ano que se o Governo quisesse matar Navalny ele não estaria vivo.
A sentença segue-se a manifestações nos dois fins-de-semana anteriores, reprimidas pela polícia que deteve mais de cinco mil pessoas em várias cidades.
Ainda hoje, mais de 300 pessoas, foram detidas nos arredores do tribunal em Moscovo, onde veio a ser condenado.
Condenação internacional
As reacções não se fizeram esperar e o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse em comunicado que Washington está "profundamente preocupado" com a sentença e exige a liberação imediata dele.
Em Londres, o chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, afirmou que o Reino Unido pediu a "libertação imediata e sem condições" de Navalny e de todos os manifestantes pacíficos detidos em protestos nas últimas semanas.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, escreveu numa rede social que a condenação de Navalny vai contra os compromissos internacionais da Rússia como um Estado de Direito e que respeita as liberdades fundamentais.
Em resposta, o ministro deas Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou em entrevista à agência estatal TASS, que os pedidos de liberdade "são divorciados da realidade" e que os países devem respeitar a soberania russa.