Um agente do Serviço de Investigação Criminal no Cafunfo (SIC), vila diamantífra do Cuango na província da Lunda Norte, é acusado de ter espancado, no fim-de-semana, o conhecido activista dos direitos humanos Jordan Muacabinza, alegadamente por pretender saber das causa e circunstâncias da morte de um cidadão, cujo corpo tinha sido abandonado num matagal.
Jordan Muacabinza disse à VOA que a atitude do agente de nome Domingos José Vadinho violou os seus direitos enquanto activista e exige que aquele operativo da polícia seja responsabilizado pelo crime de agressão.
O activista acusa o agente em causa de estar na origem de outros crimes contra cidadãos na região, incluindo membros da sua família.
Veja Também Analistas queixam-se de prisões: "Pior que durante José Eduardo dos Santos"“Enquanto fotografava o cadáver fui surpreendido com uma chapada às costas e outras duas na cara. Ele disse que não se importava com o facto de eu ser defensor dos direitos humanos”, revelou Muacabinza.
Contactado pela VOA, o responsável pelo SIC de Cafunfo, Domingos Dalila, disse que a agressão ao activista deveu-se ao facto de este ter violado um espaço classificado como “local do crime” e que estava devidamente vedado e isolado pelos agentes de investigação criminal.
“Eles violaram a vedação, pegaram no corpo e o senhor
Veja Também Angola: José Mateus Zecamutchima e três companheiros condenados a quatro anos de prisãopisou o espaço à volta do cadáver. Mataram todas as evidências”, disse o investigador criminal.
A região do Cafunfo foi palco em Janeiro de 2021 de confrontos entre a polícia e populares que pretendiam se manifestar contra a carestia de vida e o suposto abandono da região pelo Governo provincial.
O incidente resultou na morte de várias pessoas cujos números exactos nunca foram tornados públicos.
Veja Também Mais um activista das Lundas morre na prisão em CacandaNa sequência das prisões ocorridas, o Tribunal da Comarca do Dundo, província angolana da Lunda Norte, condenou o presidente do autodenominado Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima e mais três arguidos, a quatro anos e seis meses de prisão, pelo facto de pertencerem ao referido movimento.
Zecamutchima tinha sido acusado de crimes de associação criminosa e realização de manifestação violenta, na sequência dos confrontos entre a polícia e manifestantes a 30 de Janeiro do ano passado, nos quais de seis a 30 pessoas terão sido mortas.