Agenda Africana: Desigualdade de género é visível no acesso ao mundo digital

Estrategista digital e antropóloga analisam o acesso ao mundo digital e seus desafios

Em tempos de denúncias e activismo contra a desigualdade, nos mais diversos níveis, também no acesso ao digital as mulheres continuam a denunciar desigualdades em relação aos homens, em grande parte fruto da educação de séculos e das tendências e sistemas sociais e políticos que as estigmatizam.

Neste ano, o Dia Mundial da Rapariga, celebrado a 11 de Outubro, centrou-se no tema “Geração digital, nossa geração”, segundo as Nações Unidas, para provocar uma maior consciência para a necessidade de equidade no acesso ao mundo digital, a grande plataforma de afirmação social, política, económica e cultural dos nossos tempos.

Celeste Fortes, antropóloga e docente universitária, Cabo Verde

Na rubrica Agenda Africana, da VOA, a estrategista digital moçambicana Elcídia Tatiana e a antropóloga e docente universitária cabo-verdiana Celeste Fortes abordaram essa realidade, as suas causas e lançaram pistas de medidas de políticas que possam permitir o acesso igualitário ao mundo digital.

Tatiana considerou que o acesso é ainda limitado e “se formos a fundo podemos ver que há muitas que não têm dinheiro para, por exemplo, ter um telefone com acesso à internet”.

No meio rural pode não parecer agora prioridade, mas é uma necessidade, e ainda segundo aquela estrategista digital as empresas e organizações não governamentais “devem catalisar o desenvolvimento da rapariga”

Para ela não se pode esquecer que “educar uma rapariga é educar uma nação”.

A antropóloga social e cultural Celeste Fortes afirma, por seu lado, que essa desigualdade “é uma realidade em Cabo Verde” que se pode ver inclusive na procura das carreias, “quando a maior parte dos homens procura ciências e as meninas humanidades”.

Para ela há que começar a desconstruir essa “mentalidade”, ao mesmo tempo que devem ser tomadas medidas de política a longo prazo para mudar essa realidade.

Aquela docente universitária ilustra com um exemplo a definição de quotas em protocolos assinados entre organizações, empresas que trabalham na área de tecnologia e o Governo “para colmatar essa disparidade”, além de vastas campanhas de educação.

"É preciso começar a trabalhar na normalização desta a prática de ter meninas nas tecnologias, na engenharia, é normal termos meninas a ganhar prémios de inovação e tecnologia e digital", defende a antropóloga, que também aborda outras medidas.

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