No momento em que a liberdade de imprensa é alvo de um aumento de ameaças e obstruções, tanto por parte de sectores anteriormente considerados marginais, como grupos militares rebeldes ou terroristas, mas também por actores da vida política dos países, como líderes políticos, partidos e até Governos, como mostrou o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa 2023, dos Repórteres Sem Fronteira (RSF), divulgado no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de Maio, os jornalistas e empresas de comunicação nos países africanos também enfrentam seus desafios.
Apesar do fim de regimes de partido único, na esmagadora maioria dos países africanos, e da abertura ao multipartidarismo, bem como uma maior liberdade de expressão, jornalistas ainda enfrentam muitas dificuldades, nomeadamente um controlo apertado do Estado, ainda o patrão maioritário, a excessiva partidarização da agenda dos meios de comunicação, a deficiente rede de meios de comunicação privados, muitos deles ligados a políticos dos diferentes governos, e uma precariedade de meios que impede uma verdadeira independência dos profissionais.
Em determinados círculos de opinião e segundo muitos jornalistas também, estas e outras limitações têm impedido a imprensa de desempenhar o seu papel de investigar e de criar espaços para debates sobre os pensamentos políticos económicos, políticos, ideológicos e sociais que emergem nas sociedades africanas.
Na Agenda Africana, da Voz da América, desta semana, o papel que a imprensa ocupa actualmente e como ser relevante em sociedades tão dinâmicas como as africanas foram temas da conversa com dois jornalisats séniores, Reginaldo Silva, de Angola, e Bayamo Valy, de Moçambique.
Ouça o programa:
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