A China assumiu uma posição contrária a muitos Governos ocidentais na sua aproximação aos países africanos, principalmente depois do fim da chamada "guerra fria", ao alinhar os seus interesses a investimentos que os países necessitavam e necessitam: infraestruturas, como estradas, hospitais, escolas, aeroportos, portos, entre outras.
Ao mesmo tempo, colocou de lado interesses políticos e definiu os seus empréstimos como uma cooperação mutuamente benéfica entre países em desenvolvimento, prometendo não interferir na política interna daqueles a quem empresta dinheiro.
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Apesar de manter contatos com 110 partidos e 51 países africanos, Pequim não tem procurado exportar a ideologia comunista para África, mas analistas políticos ocidentais descrevem frequentemente a política chinesa no continente como uma “armadilha da dívida”.
Esta armadilha parte de uma estratégia deliberada de emprestar somas incontroláveis aos países africanos, atraí-los para a esfera de influência da China e impor-lhes compromissos insuportáveis para o seu tesouro.
Alguns Governos, como o de Angola, têm empréstimos chineses avultados e uma enorme dívida para com Pequim.
Outros podem ser obrigados a entregar infraestruturas construídas pela China, como portos e aeroportos, por falta de pagamento.
A visita recente do Presidente angolano a Pequim teve como principal objetivo o reescalonamento da dívida angolana, no valor de 17 mil milhões de dólares, que, segundo ele, foi conseguido.
E que mais investimentos chineses chegarão a Angola.
O equilíbrio entre o Ocidente e a China
A visita aconteceu depois de João Lourenço ter sido recebido na Casa Branca em dezembro de 2023 pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que indicou uma maior aproximação a Washington.
Este equilibrio diplomático parece ser o mesmo desafio que enfrentam outros Governos africanos, que veem com bons olhos e com muito interesse os investimentos chineses, mas também recebem de bom agrado investimentos e programas de cooperação dos Estados Unidos.
A Administração Biden tem feito uma forte ofensiva através de investimentos também em infraestruturas.
No programa Agenda Africana, da Voz da América, o jornalista e analista político angolano Ilídio Manuel aborda esse equilíbrio de Luanda, entre Washington e Pequim.
Para uma leitura sobre a infuência chinesa em África, em contrapartida da tradicional presença ocidental, o diplomata gambiano e professor universitário Abdju Djeu aborda o "acasalmento" entre os investimentos chineses e as necessidades africanas, os interesses das elites africanas. defende que os Governos africanos devem ter uma enorme capacidade negocial para não hipotecar o futuro dos seuspovos. Ele diz que já vivemos uma "guerra fria".
Acompanhe o programa.
Com a colaboração de Venâncio Rodrigues,em Luanda.