Activista cívico e membro do movimento revolucionário.
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O MPLA é um partido que não sabe viver com a lei e não vai aprender a fazer isso, disse o activista Orlando Campos no programa “Angola Fala Só”.
Campos é membro do auto denominado “Movimento Revolucionário” que tem levado a cabo manifestações em Luanda que geralmente têm sido alvo de medidas repressivas por parte das autoridades.
A última manifestação foi a 19 de Setembro mas não chegou a realizar-se porque a polícia impediu a mesma prendendo vários dos jovens. Os presos foram soltos no dia seguinte mas voltaram a ser presos juntamente com três jornalistas que os entrevistavam á saída do tribunal. Os jornalistas foram libertados poucas horas depois e e os manifestantes acabaram por ser soltos por ser soltos sob fiança na Segunda-feira.
Campos disse que eles fazem agora face a acusações de causar distúrbios.
“Como é que três jornalistas são presos quando nos estão a entrevistar?” interrogou o activista.
“O MPLA é um partido que não sabe viver com a lei e não vai aprender a viver com a lei,” disse afirmando que “quem atropela as leis” é o próprio presidente da república.
Numa conversa animada e entusiástica com vários ouvintes, Campos disse que Angola é uma sociedade “sufocada” em que uma pequena elite do partido no poder controla tudo.
Mesmo os partidos políticos da oposição estão “sufocados” não podendo responder às ansiedades do povo
.
“Os partidos políticos têm que se misturar com o povo,” disse Orlando Campo que durante o programa apelou a uma unidade de toda a oposição.
“Nada se alcança através das eleições por que eles corrompem tudo,” disse.
O ouvinte José Maria telefonou para dizer que em Cabinda o governo continua com uma política de repressão mortal alegando que duas pessoas tinham sido mortas recentemente no bairro Gika.
Para Orlando Campos isso é uma situação que não se vive só em Cabinda.
“As províncias estão silenciadas,” disse.
“Qualquer voz que se levanta eles apagam,” acrescentou.
O ouvinte Gonçalves Maloseca manifestou a sua desilusão pelo facto dos países com relações com Angola não exercerem mais pressões para que o governo respeite os direitos humanos.
“A comunidade internacional não ouve os angolanos,” concordou Orlando Campos que disse que não houve qualquer “feedback” de embaixadas a quem opositores enviaram cartas sobre a situação no país.
“Os angolanos estão sufocados e há um desespero enorme,” disse Orlando Campos.
O activista apelou á unidade e mesmo aos veteranos das forças armadas que se queixam de nada receberem como prometido para se manifestarem mas frisou que o movimento de contestação continuará a ser pacífico.
Campos rejeitou como falso e imprimido pela polícia um panfleto em nome do “Movimento Revolucionário” em que se ameaçava com violência e ataques a bancos.
“Todos sabem que isso é obra do governo e ninguém acredita o que está na televisão, pois todos sabem que tudo o que corre na televisão pública é mentira,” disse.
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