O acórdão do Conselho Constitucional de Moçambique que coloca Venâncio Mondlane fora da corrida eleitoral pelo município de Maputo continua a ser tema de debate no país.
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A decisão é vista em determinados sectores como sendo parte de um plano da Frelimo para afastar ameaças, uma acusação, entretanto, rejeitada pelo partido no poder.
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Vários académicos, incluindo o economista Nuno Castel Branco, têm considerado o afastamento do candidato apresentado pela Renamo Venâncio Mondlane e do independente Samora Machel Jr. da eleição para a gestão da cidade de Maputo como traduzindo "a cultura de ódio", aliada à alegada pretensão de se agarrar ao poder de algumas pessoas.
"Neste decisão do Conselho Constitucional, nota-se, claramente, que houve uma interferência do partido no poder, para afastar ameaças, porque Venâncio Mondlane e Samora Machel Jr., constituem uma séria ameaça ao seu candidato Eneas Comiche", disse o jurista Gilberto Uamusse.
A Frelimo nega tal acusação e diz que a Renamo deve saber gerir os seus problemas.
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Para o analista Laurindos Macuácua, pode ter havido alguma interferência na tomada de decisão do Conselho Constitucional, onde a Renamo tem seu representante, mas o grande problema é com a própria Renamo, que cometeu falhas difíceis de admitir, tratando-se de um partido já maduro.
Para Macuácua, tais falhas até podem ter sido propositadas, exactamente para prejudicar Venâncio Mondlane, que aparece como paraquedista neste processo.
O analista Moisés Mabunda não acha que tenha havido alguma interferência nessa decisão e vê erros processuais e de compreensão da própria Renamo.