Os familiares dos 17 activistas condenados pelos crimes de rebelião, tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores em Angola vão esta terça-feira, 14, ao Tribunal Constitucional para tentar descobrir onde está o pedido de habeas corpus apresentado pelos seus advogados.
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Na quinta-feira, 9, o juiz-presidente do Tribunal Supremo disse aos familiares que o processo não se encontra lá, o que provocou inquietação nos seus advogados, que desconhecem o paradeiro do processo dirigido ao Tribunal Supremo, mas entregue ao Tribunal Provincial de Luanda.
“Embora tinha sido apresentado ao tribunal da causa, o tribunal devia entregar ao Tribunal Supremo e era normal que estivesse ali”, disse um dos advogados de defesa Luís Nascimento à VOA.
O defensor afirma ainda que, caso o documento esteja perdido, a defesa “vai responsabilizar os dois tribunais” pelo facto.
Por seu lado, Esperança Domingos, esposa do activista Domingos da Cruz, que esteve na semana passada no Tribunal Supremo, reitera que vai amanhã ao Tribunal Constitucional.
Ela acusa as autoridades de quererem colocar os familiares dos activistas contra os advogados.
Esperança afirma acreditar que a informação do juiz presidente do Tribunal Supremo, Manuel Aragão, com quem se encontrou na passada quinta-feira, de que não há qualquer processo naquele tribunal, é uma desculpa de mau pagador.
“Acha mesmo que neste país um advogado chega e retira um processo do tribunal? Acredito que o tribunal nos quer colocar contra os advogados”, afirmou.
De recordar que os 17 activistas foram condenados a penas dois anos e três meses a oito anos e três meses de prisão efectiva.