O advogado do antigo chefe de Estado-Maior das Forcas Armadas da Guiné-Bissau Zamora Induta, que se encontra detido no quartel da Mansoa, a norte da capital, introduziu nesta segunda-feira um pedido de habeas corpus junto do Supremo Militar Superior.
Em conversa com a VOA, José Paulo Semedo justificou o pedido com o facto de Zamora Induta estar “muito debilitado”, o que o impede de ficar na prisão.
Semedo diz que o Supremo Militar Superior tem agora um prazo de 24 horas para enviar o pedido ao Supremo Tribunal de Justiça, que, depois, terá de decidir em 48 horas.
O advogado não deu mais detalhes sobre a situação de Induta.
A VOA sabe que a casa do vice-almirante em Bissau está vigiada permanentemente por elementos da inteligência militar e que as pessoas evitam dirigir-se à sua residência com medo de represálias.
Zamora Induta encontra-se detido na prisão do quartel de Mansoa, desde 22 de Setembro, a mando do Tribunal Militar Superior, em regime de prisão preventiva, por suspeita de envolvimento numa tentativa de golpe de Estado, ocorrida em Outubro de 2012.
O militar estava em prisão domiciliar quando o juiz decidiu pela sua prisão.
O advogado José Paulo Semedo diz continuar a não entender a decisão do juiz por não existir perigo de fuga do antigo chefe de Estado Maior das Forças Armadas.
"Quando o vice-almirante foi notificado da prisão domiciliar e tendo o seu passaporte na mão, ele decidiu, por sua livre vontade, ficar no país e não viajar para Lisboa como ele tinha previsto porque ele quer limpar a sua imagem", explicou José Paulo Semedo que diz esperar uma "justiça clara e limpa".
Semedo acredita que o Tribunal Superior de Justiça irá ordenar a libertação de Zamora Induta.